sexta-feira, 30 de outubro de 2020

As cinco linguagens do amor

 Olá pessoal, 

Em tempos normais não é fácil manter um relacionamento, imagine durante uma pandemia.

A vida a dois exige cuidado, carinho e muito afeto.

Perdi as contas de quantos livros já li do Gary Chapman, autor de as 5 linguagens do amor.


Recomendo para todos, ainda que solteiros.

Não é só o patrimônio que precisa de cuidado, tempo e investimento.

A maior riqueza da vida não são números em contas bancárias. São os relacionamentos significativos. Pessoas importam mais do que coisas, ainda que, frequentemente, sejamos ensinados do contrário. "Se o dinheiro é o seu deus, sua vida será um inferno".

Gosto do livro por duas perspectivas: autoconhecimento - ao incentivar auto percepção da sua linguagem do amor principal - e conhecimento do(a) companheiro(a) - ao devotar-se a principal linguagem do outro.

É um livro muito bom, tanto para prevenção de problemas quanto para aqueles casais que já enfrentam os últimos dias juntos.

Dê uma chance à possibilidade de ser feliz a dois.

Casar é fácil, difícil é desfrutar da união por longos anos.

Invista naquilo que mais importa - sua família.

Um abraço e até a próxima.





quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Praemeditatio malorum - antecipando coisas ruins

 Olá pessoal,

É comum ouvir a ideia de que se deve pensar e mentalizar apenas coisas boas na vida. Eu mesmo gosto muito de pensar sobre isso, em especial no que diz respeito à gratidão. Agradecer faz bem.

Entretanto, o modo de vida que só vê as coisas boas pode resultar em grandes tragédias.

Planos dão errado; pessoas morrem; pandemias, tragédias naturais, enfim... o mundo não é feito só de coisas boas.

Gosto muito dos filósofos estoicos. Você já ouviu falar na ideia da "praemeditatio malorum", também conhecida como "e se tudo der errado" ?

Refletir sobre a frustração dos planos pode ajudar e se prevenir e proteger a si mesmo e sua família.

Exemplo: casal com filhos em que apenas um deles trabalha. Em caso de morte do provedor, os sobreviventes ficarão sem sustento. Alguém pensou nisso e inventou o seguro de vida.

Concertinas, cercas elétricas, segurança armada, plano de saúde, câmeras de segurança e outros dispositivos têm como fundamento a ideia de que, em algum momento, coisas ruins podem acontecer.

Derivativos, opções e mercados futuros foram pensados, grosso modo, para garantir alguma segurança para possíveis tragédias, muito embora, atualmente, sejam mais instrumento de especulação do que, propriamente, de segurança para os investidores.

Para quem está no início da acumulação de patrimônio, nada é mais relevante do que a reserva de emergência, de preferência alocada em um ativo líquido e de facílimo acesso, inclusive durante os finais de semana.

Coisas ruins acontecem, quer você queira ou não.

Não caia no erro de formular planos baseados em cenários perfeitos.

Um abraço e até a próxima.



Chama o Meirelles ? - possibilidade de aluguel de FIIs

Olá pessoal,

Indico um vídeo com o Baroni e o André Bacci sobre a possibilidade de aluguel dos FIIs, tal como já ocorre com as ações. Live interessante considerando o alvoroço de muitos investidores com as notícias recentes. Aprendi muito - e ainda aprendo - com os dois. 

É muito cedo para apontar se é uma mudança boa ou ruim para os investidores em FIIs, mas acredito que evitará a ocorrência de valorizações absurdas e desconexas como vimos no FLMA11 nos últimos anos.




Estava aqui pensando: será que chamarão o Meirelles de novo?

Eu não sei se é para rir ou para chorar, mas quem duvida?

Imagine a carinha do Paulo Guedes - com toda sua humildade e sabedoria - quando o Meirelles chegar como presidente do Banco Central ou de um eventual novo Ministério da Fazenda .... ha ha ha ha...

Na desgraça tudo o que você pode fazer é rir dela.




Considerando o nível de indigência mental na sociedade, deixo claro que os memes são brincadeiras, com um pequeno fundo de verdade.

Um abraço e até a próxima.

terça-feira, 27 de outubro de 2020

Fechamento de outubro de 2020 - livros, carteira e aportes

 Olá pessoal,

LIVROS

Mês proveitoso para as leituras. E viva o kindle !! Em regra, a Amazon disponibiliza livros digitais mais baratos do que as versões físicas e com entrega instantânea. Muito bom para os leitores.

O investidor de bom senso - John Bogle - Livro clássico nos EUA com tradução recente para o português. Gostei muito da obra e recomendo para todos aqueles que desejam conhecer mais a fundo a estratégia de investimento passivo que acompanha índices, em especial o S&P 500. Recordo-me de que é um dos livros mais bem recomendados pelo "Viver de Renda". Preço bem acessível através do kindle. Melhor do que pagar cursos horrorosos de internet que prometem lucros fáceis na bolsa de valores.

A fórmula mágica de Joel Greenblatt para bater o mercado de ações - Em oposição ao livro do John Bogle, defende a tese de que, adotando determinados critérios para a escolha das ações - stock picking - é possível bater o mercado em janelas de longo prazo. Gostei da abordagem e da forma que o autor redigiu o livro. Ainda não encontrei nenhum estudo aplicando a metodologia no Brasil.

Aprenda a operar no mercado de ações - Alexander Elder - Eu gosto muito do Alexander Elder, principalmente pelo pouco que sei de sua história de vida. Nascido na antiga URSS estava a bordo de um navio na costa da África - servindo ao país - quando decidiu pular no mar para escapar da cortina de ferro. É psiquiatra. Aborda com maestria a psicologia - ou insanidade do mercado e seus operadores. Chegando aos EUA, ao adaptar-se ao sistema capitalista, decidiu se especializar no mercado acionário como trader. É como se tivesse coragem para, novamente, pular no mar. Uma lição subliminar de que, para ter sucesso na vida, você precisa ter desejo e vontade de fazer coisas fora do comum e que a maioria vê como loucura. "Hay que tener cojones".  Insanidade é fazer o mesmo que a maioria e esperar resultados diferentes. As vezes, a única solução é pular no mar e nadar contra a correnteza.

Algumas passagens do livro:

"Muita gente, rica ou pobre, sente-se enredada e enfastiada. Como escreveu Henry David Thoreau, quase dois séculos atrás, "a massa de pessoas leva vidas de desespero conformado".

Acordamos todas as manhãs na mesma cama, tomamos o mesmo café da manhã, vamos para o trabalho pelos mesmos itinerários. Vemos as mesmas faces monótonas no escritório e remexemos os mesmos papéis em nossos postos de trabalho. Voltamos para casa, assistimos aos mesmos programas de televisão, bebemos uma cerveja e vamos dormir na mesma cama. Repetimos essa rotina dia após dia, mês após mês, ano após ano. Até parece pena de morte sem liberdade condicional. O que temos pela frente, a ser esperado com ansiedade? Talvez as breves férias do ano que vem? Compraremos uma excursão para a França; chegando a Paris, entraremos num ônibus com o resto do grupo, passaremos 15 minutos em frente ao Arco do Triunfo e meia hora subindo a Torre Eiffel. Depois de alguns dias, voltaremos para casa, onde enfrentaremos a velha rotina.

A maioria das pessoas se limita à mesmice de sempre - sem necessidade de pensar, de tomar decisões ou de sentir o lado afiado e emocionante da vida. A rotina sem dúvida traz uma sensação de conforto - mas é de uma monotonia massacrante (p. 50/51)".

Brasil: uma biografia - Lilia Schwarcz e Heloísa Starling - Gosto muito de obras de história e adquiri, recentemente, esse livro. Estou apreciando demais a leitura. Napoleão já dizia :"o que é a história senão uma fábula em que todos acreditam". Para provar esse ponto do Napoleão, caso tenham tempo, procurem no youtube, por exemplo, documentários brasileiros e paraguaios sobre a "Guerra do Paraguai" ou "Guerra da Tríplice Aliança". Cada lado tem seus motivos e argumentos. Até hoje os paraguaios guardam profundo rancor e ressentimento pelas consequências do conflito. Muitos brasileiros nem sabem o que ocorreu no período - quem bate esquece. Se tiver ainda mais tempo, assista os documentários do "Brasil Paralelo" sobre a colonização portuguesa e depois o documentário "Guerras do Brasil", produzido pela Netflix. Em algum momento você se perguntará: eles estão falando do mesmo país ? Aí terá a percepção de que a história é construída e fabricada, principalmente pelos vitoriosos.

Basta imaginar como seria a história da Segunda Guerra Mundial caso Hitler e os países do Eixo tivessem, por exemplo, conquistado a URSS ou o Reino Unido e vencido o combate. Os vitoriosos do Eixo contariam histórias muito diferentes daquelas que conhecemos e, provavelmente, deficientes, ciganos, judeus e "raças inferiores" seriam extintas pelos arianos de plantão, tudo com base no "racismo científico" e na eugenia defendida pelos "especialistas" do Terceiro Reich - antropólogos, biólogos evolucionistas, teólogos enviesados e médicos.

Armas, germes e aço - Jared Diamond - Um dos melhores livros que já li. Você já se perguntou por que os europeus conquistaram as américas e não os americanos nativos conquistaram a Europa ? Jared Diamond tenta responder o porquê de certos povos serem mais desenvolvidos do que outros. É claro que há muitas pessoas que divergem das conclusões do autor, acusando-o de determinismo geográfico e outros erros conceituais. Uma passagem célebre descreve a "Guerra dos Mosquetes" e a chacina dos Maoris contra os Morioris, a demonstrar a agressividade inerente à humanidade:

"Nas ilhas Chatam, 800 quilômetros a leste da Nova Zelândia, séculos de independência resultaram num final brutal para o povo moriori, em dezembro de 1835. Em 19 de novembro desse ano, um navio que levava 500 maoris carregados de armas, porretes e machados chegou, seguido por outro, em 5 de dezembro, com mais de 400 maoris. Grupos de maoris começaram a percorrer as colônias morioris, anunciando que estes passavam a ser seus escravos e que matariam os que se opusessem. Uma resistência organizada dos morioris poderia então ter derrotado os maoris, pois tinham pelo menos o dobro do número de homens. 

Entretanto, os morioris tradicionalmente resolviam suas brigas de forma pacífica e decidiram, reunidos em conselho, que não lutariam, preferindo propor a paz, amizade e divisão de recursos.

Antes que os morioris pudessem apresentar essa proposta, os maoris atacaram em massa. Ao longo dos dias seguintes, mataram centenas de morioris, cozinharam e comeram muitos de seus corpos, escravizando os demais, matando a maioria deles nos anos seguintes, de acordo com seu capricho.

Um sobrevivente moriori recorda: "os maoris começaram a nos matar como ovelhas... Nós ficamos horrorizados, fugimos para o mato, nos escondemos em buracos subterrâneos ou em qualquer outro lugar para escapar do inimigo. Pouco adiantou; fomos descobertos e mortos - homens, mulheres e crianças, indiscriminadamente"

Um conquistador maori explicou: "Tomamos posse... de acordo com nosso costume e pegamos todo o mundo. Ninguém escapou. Alguns fugiram e foram mortos, outros foram mortos - mas o que tem isso? Foi tudo de acordo com nossos costumes".

O resultado brutal desse choque entre moriori e maori poderia ser facilmente previsto. Os morioris constituíam um grupo pequeno de caçadores-coletores que viviam isolados, dispondo apenas das mais rudimentares tecnologias e armas, totalmente inexperientes em matéria de guerra e sem qualquer liderança ou organização. Os invasores maoris (procedentes do norte da ilha de Nova Zelândia) faziam parte de uma população de numerosos agricultores cronicamente envolvidos em guerras ferozes, equipados com tecnologia e armas mais avançadas, e que agiam sob o comando de uma liderança forte. É claro que, quando os dois grupos finalmente entraram em contato, foram os maoris que chacinaram os morioris, e não o contrário.

O autor aborda a incrível capacidade humana de extinguir outras espécies e transformar o meio ambiente que o cerca. Gostei muito quando descreveu a estratégia clássica dos grupos dominantes quando ocupam o poder:

"O que uma elite deveria fazer para conquistar apoio popular e ao mesmo tempo manter um estilo de vida mais confortável que o do povo? Cleptocratas em todas as épocas recorreram a um mistura de quatro soluções:

Desarmar o populacho e armar a elite. Isso é muito mais fácil nestes tempos de armamento de alta tecnologia, produzido somente nas fábricas e facilmente monopolizado por uma elite, do que nos tempos antigos de lanças e bastões feitos em casa.

Fazer a massa feliz redistribuindo boa parte do tributo recebido em coisas de apelo popular. Este princípio era válido para os chefes havaianos e ainda é válido hoje para os políticos americanos.

Usar o monopólio da força para promover a felicidade, mantendo a ordem pública e contendo a violência. Isso é possivelmente uma grande vantagem subestimada das sociedades centralizadas sobre as não-centralizadas (...)

O último mecanismo para os cleptocratas conquistarem o apoio público é elaborar uma ideologia ou uma religião que justifique a cleptocracia.. Bandos e tribos já tinham crenças sobrenaturais, assim como as religiões modernas estabelecidas. Mas as crenças sobrenaturais dos bandos e das tribos não serviam para justificar a autoridade central, a transferência de riqueza, ou para manter a paz entre indivíduos que não tinham relações de parentesco. (...) As tribos centralizadas normalmente têm uma ideologia, precursora de uma religião institucionalizada, que sustenta a autoridade do chefe."

Ao ler o livro lembrei do mito do bom selvagem de Rousseau: "o homem nasce bom, a sociedade que o corrompe". É o mesmo que dizer que todo homem nasce um ursinho carinhoso. Essa ideia do Rousseau é o pensamento mais nutella da história do iluminismo. Até parece que a sociedade é composta por amebas ou alienígenas de marte, e não por grupos de homens e mulheres. Neste tópico, estou mais para Thomas Hobbes: "o homem é o lobo do homem".

A característica mais presente ao longo de toda história humana é a agressão - a outros seres vivos e a semelhantes. Qualquer brasileiro que nasceu na periferia aprende isso com poucos anos de idade. Mas agressividade não fica só no Brasil. Você já leu algo a respeito do Massacre de Nanquim, praticado pelos japoneses contra os chineses ? Ou sobre como os japoneses trataram os coreanos durante a ocupação da Coreia ? Noite de São Bartolomeu ? Expulsão dos judeus da Espanha e Portugal ? Sobre a política de extermínio de deficientes pelos nazistas ? Sobre a forma como os poloneses foram tratados por nazistas e comunistas ? Sobre o estupro de milhares de alemãs pelo Exército Vermelho ? Sobre como os nativos do Brasil - antes e depois da chegada de Cabral - praticavam antropofagia? Sobre a Ilha Sentinela do Norte ? A lista é infinita. Pense nos grupos de extermínio, milicianos, traficantes... enfim... é só assistir Datena todo dia para constatar o óbvio: a história da humanidade é calcada no "princípio da agressão". 

Se quer a paz, prepare-se para a guerra!


Vídeo sobre a Ilha Sentinela do Norte



CARTEIRA

Aportes do mês em renda fixa, ações, ETFs e FIIs.

Ações - ITSA3, BBDC3

ETFs - SPXI11, PIBB11

FIIs - BBRC11, RBRF11, KNRI11

Segue a carteira:




INVESTIMENTO NO EXTERIOR

Abri conta na corretora passfolio e pretendo, até o final do ano, iniciar os investimentos no exterior. Provavelmente, para manter a tradição, vou começar pelos "imóveis". ETFs VNQ, VNQI e alguns REITs.

Não há justificativa para manter os investimentos apenas no Brasil, mesmo com o dólar acima de R$ 5,00.

Nunca foi tão fácil para o brasileiro ter acesso a empresas e produtos de países mais desenvolvidos. A revolução digital e tecnológica abriu possibilidades impensáveis há 10, 15 anos.

Quando casei - em 2011 - pude viajar para o exterior porque o dólar estava na casa de R$ 1,70. Hoje não seria possível fazer aquela viagem. Muitos brasileiros que tinham planos para morar no exterior tiveram que refazê-los - como o Sr. IF 365 - por conta da desvalorização recente do real.

Há alguns anos, os protestos eram estes aqui:



E qual a tendência do real nos próximos anos? Sinceramente, não tenho a menor ideia. Gosto muito de assistir os vídeos do Fernando Ulrich sobre o tema. Há uma clara tendência de digitalização das moedas e das transações, com maior controle por parte dos bancos centrais e governos - veja o PIX no Brasil e o potencial impacto na sociedade de mercado. Haverá uma moeda única mundial, controlada por um banco central e governo mundial? Por outro lado, há esforços para desconcentração desse poder, através do biticoin e congêneres. Quem vencerá essa guerra?  A possível desdolarização da economia mundial levará ao colapso dos EUA, tendo em conta seu déficit impagável? Qual efeito nos EUA quando acabar o super privilégio de imprimir uma folha de papel que é aceita como moeda em todo mundo ? 

FOQUE NAQUILO QUE VOCÊ CONTROLA

Independente de qualquer coisa, para os meros mortais, tudo o que pode ser feito é trabalhar, poupar e investir em valor de forma diversificada. Muito diversificada. Inclusive em ativos reais - imóveis urbanos e rurais, semoventes, etc.

Foque naquilo que você controla. E a grande verdade é que controlamos pouquíssimos aspectos de nossas vidas.

Preocupar-se com aquilo que não controla é esforço desnecessário e desperdício de energia.

Foque na sua própria evolução.

Como diz o Bastter, "nada vai melhorar a não ser você mesmo".

Para finalizar, deixo um vídeo que aborda uma verdade óbvia e necessária nos dias atuais: você não é especial!


Um abraço e até a próxima.




segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Fechamento de setembro de 2020 - carteira, aportes e livros

 Olá pessoal,

Os últimos meses foram muito movimentados. Nunca foi tão difícil me dedicar à leitura e às coisas de que gosto. Ultimamente só compro os livros. Ler que é bom, quase nada.

Pandemia, dificuldades, doenças, home-office, crianças sem escola. Os desafios são grandes, mas vamos vencendo, dia após dia.

PANDEMIA E A EDUCAÇÃO DOS FILHOS

Há um provérbio africano que diz: "é necessária uma tribo inteira para educar uma criança".

Como isso é verdade. Os pais que vivem em cidades sem redes de apoio (pais, avós, tios, primos, etc) fazem das tripas coração para criar e educar a prole. Poucas coisas são mais recompensadoras e cansativas do que a criação de filhos.

E tem uma turma aí que diz que ensinar os filhos - apenas em casa - é uma espécie de paraíso na terra. Acho que vivo num planeta diferente. Só pode. Educação começa e termina em casa, mas no meio do caminho é imprescindível a socialização que a escola proporciona. Comprei o "trivium", "quadrivium" e conheço as incongruências do ensino público, mas estou bem longe de ser um entusiasta da "escola apenas em casa".

Se eu não precisasse trabalhar e já vivesse de renda, até poderia tentar o empreendimento, mas é bem provável que não fosse suficiente para proporcionar uma educação de qualidade para os meus filhos.

Apesar disso, sou totalmente favorável que a prática seja admitida e permitida - se tem pai que deseja educar o próprio filho, não vejo nenhum problema nisso. Força, guerreiro! Vai precisar de muita paciência, sabedoria e dedicação. Se quiser ser a tribo de um homem só, boa sorte.

Fico assustado com o quanto nosso país não liga muito com educação: volta tudo - puteiro, shopping, bar, restaurante, cinema, praia, zona, quermesse, comércio, mercado, igreja, festinha de criança, happy hour. Tem maluco querendo até o retorno das torcidas para os estádios. E a escola? ah.... que se lasque a escola.

Confesso que se as aulas retornassem hoje não colocaria meus filhos, dadas as circunstâncias meio doidas da cidade em que resido, mas o que me assusta é a falta de prioridade e de propósito. Ninguém tá nem aí para a saúde mental e o desenvolvimento das crianças e adolescentes. Sei lá, pelo menos é essa a minha impressão.

Uma sociedade que valoriza mais a torcida nos estádios do que as crianças e adolescentes nas escolas. E viva o Brasil!

Aí os pais precisam trabalhar presencialmente. E vão deixar as crianças sozinhas em casa? E quem não tem condições de contratar babá? E a filha da babá, vai ficar com quem?

Que fique claro: o que me assusta é a falta de prioridade. Minha impressão é de que as escolas serão as últimas a retornar. Que tipo de sociedade é essa? 

APORTES

FIIs - VRTA11, TGAR11, HGLG11, RBVA11 e MXRF11

ETFs - SPXI11, SMAC11 e PIBB11

Segue carteira de renda variável:




LIVROS E SERIADOS

Não tenho nenhuma rede social (facebook, twitter ou instagram). Minha última foi o orkut. Está na minha fila de leitura o livro "10 argumentos para você deletar agora suas redes sociais". Eu nem preciso de 10 argumentos. Não tenho paciência com rede social e percebi que consumia muito do meu tempo e me causava mal-estar. 

No final de semana assisti a um documentário na Netflix chamado "O Dilema das Redes". Você pode até não concordar com alguns pontos, mas é o tipo de coisa que você tem que assistir, nem que seja apenas para discordar.

Quando eu tiver uma semi-aposentadoria ou chegar à aposentadoria antecipada, não sei exatamente o que irei fazer, mas de uma coisa tenho certeza: vou desligar o celular por, no mínimo, uns 6 meses.

Durante essa pandemia tenho que ficar ao lado dessa joça o tempo inteiro, por conta do trabalho.

Deus me livre - é uma escravidão mental essa potroca.

E quando assisti ao documentário só pude ter mais convicção do meu desejo.

Antes da pandemia, desligava o celular sexta a noite e só ligava domingo a noite. Era uma paz.

Enfim... veja o documentário, nem que seja para dizer que ele está errado.

Para quem está com saudade da corrida dos ratos, segue um filme para você recordar como é boa a vida na selva de ratos moderna:




Um abraço e até a próxima,





quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Novos aportes - agosto de 2020

Olá pessoal,

Foram feitos novos aportes, no início de agosto, em:

- FIIs: ABCP11, TGAR11 (subscrição), BARI11, GGRC11, XPLG11, VRTA11, FVPQ11, KNRI11 e FLMA11 (olha ele aí...);

- ETF: SPXI11

- AÇÕES: BBAS3 e WIZS3

Carteira de renda variável, sem o SMAC11:



Um abraço e até a próxima.

quarta-feira, 29 de julho de 2020

Fechamento de julho de 2020: carteira e livros

Olá pessoal.

Aportes do mês em:

1) FIIs - BARI11, VRTA11, BCRI11 e HGLG11 (subscrição);
2) ETF - SMAC11 e PIBB11
3) Ações - GRND3 (grendene).

Segue a carteira de renda varíável, sem o SMAC11:



Terminei parte dos clássicos de a História da Filosofia de Giovanni Reale e Dario Antiseri. Pré-socráticos e Sócrates. Para quem gosta de história e de filosofia é uma ótima leitura. 

Lendo, também, o livro "O fim do homem soviético", de Svetlana Aleksiévitch. Traz relatos de pessoas a respeito do fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Uma das histórias é de uma mulher que, na época do Stalin, trabalhava em uma fábrica; conta que, caso atrasasse 10 minutos, poderia ser presa; uma outra, membro do Partido Comunista, conta que, após o colapso do bloco, algumas pessoas descobriram quem as havia denunciado e o porquê foram presas; uma dessas presas - uma mulher - morava em um apartamento comunal, com outras 3 famílias; um dia, do nada, foi presa e levada pela polícia secreta (NKVD); só deu tempo de pedir para a vizinha cuidar de sua filha; ficou anos presa; ao abrir seu processo, descobriu que essa vizinha a havia denunciado; voltou para casa e se enforcou. Também tem histórias de saudosistas da URSS.

A "transição" na Rússia foi bruta, para dizer o mínimo. Quem quiser conhecer um pouco do período - e do que acontece hoje por lá - pode assistir ao documentário "Citizen K" que fala da saga do controverso Mikhail Khodorkovsky e sua luta contra Putin. O documentário está disponível no youtube e na Amazon Prime.

Estou lendo, também, através do kindle unlimited, "As Confissões" de Agostinho. Que livro sensacional; que obra maravilhosa. Uma das coisas mais surpreendentes ao ler livros antigos é perceber que muitas das angústias e dificuldades atuais já existiam há milhares de anos. Toda a modernidade e desenvolvimento tecnológico não foram suficientes - ainda - para alterar as necessidades humanas em seu nível mais profundo.

Ler Agostinho ou Santo Agostinho, como preferir, é mergulhar em um mar de sabedoria milenar: "fizeste-nos para ti e inquieto está nosso coração, enquanto não repousa em ti".

Como vivi em muitas cidades nos últimos 10 anos, é cada vez mais difícil fazer novas amizades e ter conversas prazerosas. Não sei se com o tempo nos tornamos mais sábios ou mais chatos. Talvez um pouco de cada.

Ler bons livros é como ter uma boa conversa com um amigo mais sábio do que você.

A leitura traz um tipo de reflexão que a TV/youtube não é capaz de dar. Você lê, pensa e reflete sobre aquilo que leu.

No youtube um vídeo puxa o outro e, quando assusta, já viu mil coisas mas não refletiu sobre nenhuma delas. É o excesso de informação que mais atrapalha do que ajuda.

Um abraço e até a próxima.


quinta-feira, 23 de julho de 2020

Você já pensou em publicar um livro? Se não, deveria.

Olá pessoal.

Escritor é daquelas profissões que vivem no extremistão (Nassim Taleb). Geralmente, ou faz muito sucesso e vende bastante ou não vende nada e vive no esquecimento.

Antes da internet e, especialmente, da Amazon, novos escritores viviam nas mãos das editoras. Era muito difícil publicar por uma editora famosa. O autor recebia, em média, 10% de cada obra vendida.

Faz uns meses tive uma ideia meio doida e inventei de colocá-la no papel. Fiz uma capa num programinha desse qualquer e publiquei através do KDP (Kindle Direct Publishing).

É um livro simples, despretensioso. Não fiz marketing, nem nada. Nem pretendo divulgá-lo por ora, muito menos aqui no blog (este espaço não é para isso, ao menos por enquanto).

É bastante difícil vender um livro na Amazon. No começo só vendi para conhecidos. Descobri que conseguiria fazer uma promoção por 5 dias - dar o livro de graça. Fiz isso e eis o resultado, desde a promoção: 35 unidades vendidas, 209 downloads gratuitos e 4.278 páginas lidas no Kindle Unlimited:

Os royalties até agora: 

- Abril - R$   15,82
- Junho - R$    0,22
- Julho - R$ 108,44 

Encorajo você a escrever sobre aquilo de que goste. Qualquer assunto. Publique o livro. O não você já tem.

Escritor vive nos extremos.

Quem sabe você não é um desses que fará sucesso?

Como não dependo disso para viver tem sido uma grande diversão pensar e escrever novos livros. Tenho ideias para outros cinco.

E se der errado? E daí ? Para o escritor amador, livro publicado é livro que deu certo.

Um abraço e até a próxima,

quinta-feira, 16 de julho de 2020

RBVA11 e a presepada do Santander

Olá pessoal.

O RBVA11 é um fundo de investimento imobiliário que tem, além de imóveis locados para o varejo, agências bancárias alugadas para a Caixa e Banco Santander.

Quando iniciei meus investimentos no fundo eram apenas agências da Caixa (AGCX11). A Rio Bravo, com o objetivo de diversificar o portifólio, expandiu os investimentos do fundo para o varejo (outros imóveis), inclusive com a mudança do nome e ticker (RBVA11).

Recentemente, o fundo SAAG (11) - agências Santander - foi incorporado ao RBVA11, fazendo deste um fundo com valor de mercado de R$ 1.411.491,952,69 (dados do Clube FII).

Quando da incorporação do SAAG pelo RBVA, muitos cotistas do SAAG reclamaram de ter que "se misturar" com um banco público. Disseram que só investiram no SAAG porque confiavam no Santander, uma instituição privada, multinacional, que tem por hábito cumprir os contratos; que os bancos públicos brasileiros (Banco do Brasil e Caixa) não são confiáveis, enfim, foi um mimimi danado.

Pois bem. Nos últimos dias o Santander - queridinho do mercado - ajuizou 28 ações questionando contratos atípicos. O Banco vendeu as agências e alugou logo em sequência - sale and leaseback -; usou o dinheiro para fazer mais dinheiro com seus juros baixinhos aplicados aqui no Brasil; com 5 meses de pandemia diz que "os 28 mil cotistas do RBVA11 estão enriquecendo de forma ilícita". Virei um praticante de ilícito civil e não sabia. Obrigado, Santander.

A minha pergunta aqui é a seguinte: imagine que a Caixa tivesse feito isso. Iriam pedir até o impeachment do presidente da República - já pedem todo dia mesmo. Diriam que essa potroca deveria ser privatizada, que banco público é uma merda - há muita verdade nisso -, não respeita contratos, enfim, um monte de coisa. 

É apenas uma reflexão. Assim como nos casos do MFII11 e ABCP11 não farei nada no momento. Se cair muito, pretendo até comprar mais.

Não sei o motivo de o Santander ter feito uma presepada tão grande por conta de apenas 28 agências (tem mais de 2000 em todo Brasil).

O que eu sei é que o titio Warren está sempre certo: a diversificação é a melhor saída para os ignorantes.

Quando diversificar muito, um ou outro zé mané vai dizer que você está pulverizado. Pulverizado é a tonga da mironga. Imagina quem tem um portifólio só com shoppings excelentes e depende dos rendimentos para sobreviver: está lascado nesse momento de pandemia.

Diversificação nunca é demais.

Imagine se fosse a Caixa ou o Banco do Brasil......kkkkkkkkkk

Para quem deseja entender mais do caso, segue uma live com o professor Baroni.

Um abraço e até a próxima.









quarta-feira, 15 de julho de 2020

Aristóteles e a vida moderna: você nasceu para ser escravo?

Olá pessoal.

Na história da filosofia há diversos debates sobre a escravidão e seus motivos. Aristóteles, celebrado por muitos e odiado por outros, defendia, em linhas gerais, que "uns eram escravos por natureza, enquanto outros livres por natureza; uns nasciam para comandar, enquanto outros para serem comandados"

A grande dificuldade ao estudar obras e pensamentos do passado é afastar-se do anacronismo, isto é,  evitar apreender as ideias clássicas com os nossos óculos pós-modernosos. Por exemplo, é um anacronismo dizer que Jesus era comunista ou capitalista; são afirmações estapafúrdias. Capitalismo e comunismo são conceitos modernos. Não faz sentido aplicá-los em comunidades judaicas de mais de 2.000 anos atrás. Quando se faz isso, sem atenção para o contexto cultural da época, qualquer um pode ser tachado de machista, racista, misógino, fascista, capitalista, comunista, enfim, do que você quiser. 

É usar óculos pós-modernos para enxergar uma realidade cultural totalmente diversa.

Mesmo assim, ainda pergunto, nascemos para ser escravos ?

A escravidão clássica quase foi extinta em todo o mundo; poucos países mantém esse tipo de relação entre pessoas. 

Mas a maioria das pessoas é de fato livre ? 

Levantar 6 horas da manhã e dormir meia-noite; não ter tempo para os filhos nem para a família; enfrentar o transporte coletivo (duas horas para ir e duas para voltar do trabalho); não ter tempo para praticar esportes; viver a base de remédio; happy hour no trabalho (uma grande "festa estranha com gente esquisita") em que somos obrigados a parecer felizes para agradar colegas e chefes, vender sua força de trabalho, basicamente, para pagar impostos, juros bancários e consumir aquilo que não precisa para agradar pessoas que não se importam com você; espiar a vida alheia nas redes sociais; ser monitorado 24 horas por dia por google, amazon, facebook huawei e sei lá mais o quê; receber ligações, o tempo todo, de gente querendo vender coisas; ser obrigado a ficar ao lado do celular, o tempo todo, porque pode receber uma mensagem urgente do trabalho (urgente coisa nenhuma, ninguém vai morrer por conta disso); conferir e-mail 100 vezes ao dia; ser estimulado, o tempo todo, para sempre querer mais, mais e mais; mudar de cidade o tempo todo para buscar novas oportunidades, sentindo que não pertence a canto nenhum; assistir noticiário de política e ler tudo sobre o assunto, como se isso fosse mudar sua vida.

Em algum momento da minha vida adotei algum desses comportamentos. Talvez você seja um afortunado e veja coisas positivas em tudo o que relatei. Pode até ser. Nunca fui acorrentado, nunca sofri agressões físicas, enfim, nunca fui um escravo no sentido clássico. Mas, em diversas vezes, me senti um escravo do mundo moderno, um escravo de um mundo sem sentido.

A impressão que tenho, atualmente, não é que uns nascem para ser escravos e outros para serem livres; todos nascem para ser escravos. Escravos do Estado, de instituições, de grandes empresas, de um estilo de vida e de outras coisas que nem temos ideia. É a minha matrix, a sua matrix, a matrix nossa de cada dia.

"Ai, que mimimi! Nossa vida é muito melhor do que a de pessoas do passado. Temos youtube, facebook, leite de caixinha, gatorade, iphone, ifood, uber, internet e um monte de outras coisas"

Respondo com Raul Seixas (Ouro de Tolo):

É você olhar no espelho
E se sentir um grandessíssimo idiota
Saber que é humano, ridículo, limitado
E que só usa 10% de sua cabeça animal
E você ainda acredita que é um doutor, padre ou policial
Que está contribuindo com sua parte
Para nosso belo quadro social
Eu é que não me sento no trono de um apartamento
Com a boca escancarada, cheia de dentes
Esperando a morte chegar

A escravidão moderna não é a ausência de coisas; não é a ausência de liberdade; é a ausência de sentido. Existimos sem saber o porquê de viver e lutamos por coisas de que sequer gostamos. É a vida no piloto automático - só que quem programou o piloto foram outras pessoas e não você.

É verdade que os antigos também podiam viver sem sentido; não é algo próprio dos pós-modernos. Mas acredito que nunca houve uma época tão carente de significado como a nossa. Somos seres tribais sem tribos. Pessoas que precisam de pessoas e são forçadas a viver cada vez mais sozinhas - falo por mim.

Pensar e escrever tudo isso não me deixa triste: só me faz pensar nas coisas de que realmente gosto. Naquilo que realmente valorizo. Nas pessoas, nas ideias e não nas coisas. 

Se tem dificuldade em pensar sobre o que importa, faça um exercício: imagine que morrerá daqui um ano. Não precisará trabalhar até lá. O que você gostaria de fazer? De que realmente gosta? Com quem gostaria de conversar e passar seus últimos dias?

Só um lembrete: após sua morte, você, como a maioria de todos nós, será substituído e esquecido. Os seus troféus conhecerão o destino eterno de todas as coisas: a lata do lixo.

"Pois os vivos sabem que morrerão, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco têm eles daí em diante recompensa; porque a sua memória ficou entregue ao esquecimento" (Eclesiastes 9.5)

"Pois, tanto do sábio como do estulto, a memória não durará para sempre; pois, passados alguns dias, tudo cai no esquecimento. Ah! Morre o sábio, e da mesma sorte, o estulto! (Eclesiastes, 2.16).

Talvez a resposta para muitos dos seus problemas - inclusive a vida de escravo moderno - esteja em ouvir a si mesmo. Estar atento para aquilo que realmente lhe importa. Conectar -se ao essencial e libertar -se das futilidades.

"Conhece-te a ti mesmo".

Um abraço e até a próxima.









sexta-feira, 3 de julho de 2020

Carteira de renda variável - aportes e livros de junho

Olá pessoal,

Os aportes de junho foram para:

TGAR11 e BARI11 - FIIs
SMAC11 - ETFs.

Segue carteira de renda variável, sem o SMAC11:



O mês de junho foi muito bom para a leitura. Além de "Dinheiro e Vida", li "A idade decisiva" de Meg Jay. É uma autora americana que aborda a importância das atitudes tomadas entre os 20 e 30 anos. De como nenhum outro período será tão determinante em sua vida. 

Gostei muito da forma prática e objetiva com que ela aborda e relata os problemas dos pacientes; de como muitos jovens - entre os 20 e 30 - se perdem ao pensar que "tem todo o tempo do mundo" e que "podem fazer o que quiser, porque as possibilidades são infinitas, visto que são jovens".

Basicamente, diz que os jovens negligenciam que, entre os 20 e 30, devem semear em duas áreas principais: trabalho e família (amor). Que é muito comum que as pessoas, depois dos 30, tenham uma sensação de desespero ao olhar para trás e pensar: "onde eu estava com a cabeça com meus 20 e poucos anos"? Trabalha conceitos interessantes como a "força dos vínculos fracos" e a "fraqueza dos vínculos fortes".

Se quiser saber mais, leia o livro.
  
Segue uma palestra da autora:




Um abraço e até a próxima.





quarta-feira, 24 de junho de 2020

A situação dos aposentados no Brasil - você quer ser 1%?



Olá pessoal,

No blog Viagem Lenta o Bansir publicou um excelente texto com o título: "qual o significado da aposentadoria para mim"? (https://viagemlenta.com/qual-o-significado-de-aposentadoria/).

Gostei muito - e me identifiquei - quando disse que, ainda que não alcance a aposentadoria antecipada, tem como um dos seus propósitos fornecer liberdade financeira aos filhos, isto é, não depender deles na velhice. 

Segue um gráfico com a situação dos aposentados no Brasil:




Como podemos ver, segundo o IBGE, apenas 1% dos aposentados brasileiros são considerados independentes; 46% dependem de parentes; 28% dependem de caridade e 25% são obrigados a trabalhar.

Ser aposentado e independente é uma tremenda exceção no Brasil; nem se fale daqueles que alcançaram essa independência de forma antecipada (FIRE), são exceção da exceção da exceção.

Como pai tenho o mesmo desejo do Bansir. Já seria de grande ajuda para os meus filhos se não dependesse deles na velhice, pelo menos no aspecto financeiro.

Fico muito feliz de poder ajudar alguns dos meus ascendentes. Creio que seja obrigação dos filhos cuidar dos pais/avós, assim como é obrigação dos pais cuidar dos filhos.

Só que nem todo mundo pensa assim. O mundo é  cheio de pais/mães que não ligam para os filhos e de filhos que não se importam com os pais. Você só sabe se pode contar com os outros no momento da necessidade; nessas horas que surgem as grandes decepções.

Diante desse quadro, o melhor a fazer é se preparar para o futuro, enquanto ainda há tempo. E não se esqueça de que, em alguns grandes estados do Brasil (RS, RJ e MG) faz algum tempo que temos atrasos nos salários de servidores.

Prepare-se para o futuro! É a única chance de ocupar a faixa dos 1% que não dependem da caridade alheia.

Um abraço e até a próxima.


domingo, 21 de junho de 2020

Otávio Paranhos: 3 mitos da aposentadoria antecipada

Olá pessoal,

Recentemente, descobri um ótimo canal no youtube, do Otávio Paranhos.

Alia 3 raras qualidades em seus vídeos: conhecimento, objetividade e boa didática.


"3 MITOS SOBRE A APOSENTADORIA PRECOCE"


"4 COISAS QUE GOSTARIA DE SABER QUANDO COMECEI A INVESTIR"


Um abraço e até a próxima.

sexta-feira, 12 de junho de 2020

Dinheiro e vida - Vicki Robin e Joe Dominguez

Olá pessoal,

Há livros que marcam nossas vidas. Recordo-me da primeira vez que li "Pai Rico, Pai Pobre", "O Milionário Mora ao Lado" e "O Homem Mais Rico da Babilônia". A leitura se deu em épocas distintas, mas cada obra desempenhou um papel importante em minha trajetória.

Eles foram responsáveis por pequenas e grandes mudanças em minha vida. Mudanças de hábitos, comportamentos e de ideias. 

O "Pai Rico, Pai Pobre" - hoje um pouco em descrédito - foi o primeiro: ali vi a importância do acúmulo de ativos geradores de fluxo de caixa; a importância de correr riscos e não se limitar às ideias e pensamentos de sua família com relação à profissão, dinheiro e riqueza.

O "Homem Mais Rico da Babilônia" foi revolucionário. O hábito de pagar-se primeiro veio dali. Se eu pudesse ensinar apenas um hábito virtuoso aos meus filhos - com relação às finanças - seria o de pagar-se primeiro. Todo o resto deriva dele.

O "Milionário Mora ao Lado" é revelador e destruidor de mitos. A ideia de que a frugalidade - viver abaixo de suas possibilidades - é o denominador comum na maioria dos milionários "normais" dos Estados Unidos. Pessoas comuns, com empregos normais e famílias normais. Dali veio a convicção de que é possível ser milionário, ainda que não seja um fora de série. 

Ainda estou no meio do livro "Dinheiro e Vida" de Vicki Robin e Joe Dominguez. A impressão é de estar assistindo ao filme Matrix e cada página me convida a tomar a tal pílula vermelha. Um convite a perceber os problemas do sistema em que vivemos - de como estamos anestesiados em nossas vidas e propósitos. Do quanto trocamos nosso maior e principal ativo - tempo/energia vital - por bens, serviços e status que não nos trazem felicidade.

Recomendo, fortemente, a leitura de Dinheiro e Vida. Pode gerar incômodos e vertigens. Apesar de bem avaliado na Amazon, veja um dos comentários sobre o livro:

Altamente esquerdista - Algumas dicas interessantes espalhada pela obra, mas infelizmente totalmente contaminado pela doutrinação socialista e globalista politicamente correta que amaldiçoa nossos dias. Indigesto do começo ao fim.

Agora um outro comentário positivo:

Excelente - Os autores traçam um caminho interessante para a Independência Financeira, nos mostrando principalmente que para se atingir esse patamar há necessidade de muito esforço e mudança de inúmeros comportamentos.

Chamar "Dinheiro e Vida" de politicamente correto é uma brincadeira de péssimo gosto. É aquele tipo de comentário de alguém que "ou não leu ou leu e não entendeu".

Ao término da leitura, pretendo fazer uma breve postagem, com os tópicos mais relevantes.

O livro é tão bom que não quis esperar o término da leitura para recomendá-lo.

Um abraço e até a próxima.




sexta-feira, 22 de maio de 2020

Carteira de renda variável - aportes de maio

Olá pessoal,

Em maio foram aportados recursos em:

 TGAR11; BBRC11 - FIIs.
 PIBB11; SMAC11  - ETFs.

Com o pagamento do financiamento imobiliário, sobraram mais recursos para o aporte mensal.

Segue carteira de renda variável, sem o SMAC 11:




Estou lendo a obra do Otto Maria Carpeaux - História da Literatura Ocidental, e consegui a versão mobi - para o kindle - de História da Filosofia, de Giovanni Reale e Dario Antiseri.

Impressionante como a internet facilitou o acesso a material de qualidade. Só precisamos nos policiar para não perder o tempo apenas com vídeos no youtube e séries na netflix.

O foco até o final do ano é aumentar o fluxo de caixa, com aportes em FIIs, mesmo sabendo que há incertezas quanto ao futuro. Aportar, também, em ETFs (PIBB11, SMAC11 e, depois, IMAB11 e SPXI11).

Hay que tener cojones!

Um abraço e até a próxima.



sábado, 16 de maio de 2020

História da Literatura Ocidental - Otto Maria Carpeaux

Olá pessoal,

Para quem se interessa pela história da literatura ocidental indico a obra de Otto Maria Carpeaux.

Descobri que os livros foram publicados pela editora do Senado e se encontram disponíveis para download no link abaixo:


Fiz uma conversão do formato pdf para o mobi e estou lendo a obra no kindle.

É muito interessante.

A história do Carpeaux é fantástica. Nasceu em março de 1990 em Viena, então capital do Império Austro-Húngaro. Veio para o Brasil em 1939. Foi trabalhar no Paraná, em uma fazenda. Depois se mudou para São Paulo. Falava inglês, alemão, francês, italiano, espanhol, flamengo, catalão, galego, provençal, latim e servo-croata. Chegou ao Brasil sem falar português. Um ano depois já tinha um excelente domínio do idioma em virtude do conhecimento de outras línguas e do latim. Tinha uma ampla cultura universal, tendo estudado Direito, Filosofia, Literatura, Sociologia e Química.

Escreveu diversas obras, dentre elas se destaca a história da literatura ocidental.

Para quem deseja conhecer mais autores, recomendo a obra do Carpeaux. Ainda estou no começo, mas tenho certeza de que terei um contato inicial com a obra de diversos clássicos da história - ainda desconhecidos para mim. 

É uma boa forma de você conhecer os autores e depois ler a obra daqueles que lhe chamaram a atenção.

Uma aula do professor Rodrigo Gurgel sobre Otto Maria Carpeaux e a "História da Literatura Ocidental":

Um abraço e até a próxima.






sexta-feira, 24 de abril de 2020

Um dia para não esquecer: quitei o financiamento; que dia hein (Moroday)

Olá pessoal,

O blog é uma espécie de diário pessoal. Um dia lerei para relembrar de tempos esquecidos. 

Finalmente consegui quitar meu último financiamento imobiliário.

E hoje me tornei acionista do Banco do Brasil (BBAS3). Aproveitei essa queda meio doida da B3.

De devedor para acionista.

Pode parecer pouca coisa, mas para mim é muito importante.

É simbólico.

É um marco na minha trajetória.

E que dia hein amigos.

Pronunciamento do Sérgio Moro. Pronunciamento do Bolsonaro. Queda na bolsa.

Acredito que seja muito importante você não se deixar capturar por esse dramalhão eterno que é a política brasileira.

Muito cuidado. Esse troço parece um buraco negro que vai sugando sua energia, seu ânimo.

Ninguém tem a menor ideia do que poderá acontecer, mas eu tenho quase certeza de uma coisa: a menos que você seja político, filho de político ou filiado a algum partido, ninguém vai te ajudar a melhorar de vida. Nenhum deles. 

Não estou dizendo para você ser um alienado político; não é isso. Só estou dizendo para você não confiar que isso vai mudar a sua vida para melhor. Para pior é até provável, mas não para melhor.

Foque principalmente em você e naquilo que é importante para o seu crescimento.

Como cidadão, é importante que tenha conhecimento dos fatos mais relevantes; que seja defensor da verdade; que queira um país decente e sem corrupção. Mas o processo é longo. Difícil, trabalhoso.

Lembro-me de uma frase famosa na minha família: quanto maior a expectativa, maior o capote.

E que capote.

Talvez o melhor seja esperar pouco ou até mesmo nada.

Segue a carteira de renda variável.

Um abraço e até a próxima,










sexta-feira, 17 de abril de 2020

O sonho de um grande líder: uma grande crise; o temor de um péssimo líder: uma grande crise

Olá pessoal,

Muitos já ouviram falar em Winston Churchill. Por que um britânico é tão conhecido no mundo?

Por conta de sua liderança em uma das maiores crises da humanidade: a Segunda Guerra Mundial. Assista ao filme "O Destino de uma Nação". Ouça no youtube os discursos de Churchill. Ele guerreava com as palavras ao motivar seus cidadãos com "sangue, suor e lágrimas".

Muitos também conhecem Franklin Roosevelt, presidente dos Estados Unidos entre 1933 e 1945. E por que ele é tão conhecido? Pela sua liderança após a grande depressão e na Segunda Guerra Mundial. Ocupou 4 mandatos. Foi tão emblemático que, em 1947, uma emenda à constituição americana permitiu que o presidente dos EUA fosse reeleito apenas uma vez. Era o temor de que um novo Roosevelt ficasse tanto tempo à frente do império americano.

Um grande líder sonha com uma grande oportunidade de mostrar o seu valor. 

Para a nossa geração a pandemia da Covid-19 já se mostrou o maior desafio enfrentado. De certa forma, somos mimados pelas facilidades da vida moderna e não conhecemos, nem de perto, as privações dos nossos antepassados. Qualquer vento de neblina nos desespera, imagine então uma ameaça de pandemia, uma ameaça desconhecida, uma ameaça mortífera, acompanhada de possível caos social e depressão econômica.

Mas quero voltar ao aspecto do líder. Prefeitos e governadores, diante da inação ou falta de direcionamento do governo federal, tomaram a dianteira e adotaram uma série de medidas.

No mundo inteiro, bem ou mal, a maioria dos presidentes decretou medidas de isolamento social, com variados graus (vertical, horizontal, sei lá o que).

Não quero discutir tipo de isolamento.  

A questão é a seguinte: nenhum líder que se preze abre mão da iniciativa de tomar a decisão primeiro: NENHUM. Nem toda decisão deve ser delegada. Há decisões que apenas o principal decisor pode tomar.

E, no caso do governo federal, depois que você não toma decisão, só pode andar a reboque das decisões tomadas pelos outros entes federados. A Constituição da República tem um emaranhado de competências privativas, concorrentes e comuns entre os entes federados (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). Em algumas situações, todo mundo tem competência para tomar decisões - como no caso do enfrentamento da Covid-19 (saúde).

Bolsonaro tem no colo a maior crise de uma geração; maior oportunidade para um grande líder ou fator de desespero para uma liderança fraca. 

Ele entrará para a história - ou como um grande líder ou como o pior líder de todos os tempos.

Grandes crises não perdoam: ou você é exaltado até aos céus ou levado ao inferno. Churchill está nos céus; Chamberlain - o antecessor - nunca sairá do inferno.

Se Bolsonaro tivesse começado a quarentena, por um, dois, três dias - qualquer tempo que fosse - teria a prerrogativa de encerrá-la. E nem STF nem ninguém diria que prefeitos e governadores poderiam interferir na quarentena do governo federal. Poderia ter começado apenas em SP, apenas no sudeste, apenas na casa dele, enfim, ele que escolhesse a amplitude geográfica e temporal; todavia, quedou-se inerte.

Tem que ser muito inocente para imaginar que, com o mundo inteiro em quarentena, o Brasil seria o único país a passar ileso, incólume.

Quem começa a decidir permanece com o poder de decisão. Como ele nada fez, perdeu a vez. 

Parece bobo, mas é exatamente isso o que aconteceu.

E agora, certo ou errado, encontra-se emparedado por STF, Congresso, prefeitos e governadores.

Mas parece insistir na inação ao não construir critérios mínimos para entrada e saída da quarentena. Ao demorar tanto tempo para demitir um ministro com o qual não concordava.

Nessa crise com o Mandetta me lembrei do desespero dos petistas com o Temer. A resposta era até engraçada: uai, todo mundo que votou na Dilma, votou no Temer, afinal, ele era o vice.

Uai, quem indicou o Mandetta foi o Bolsonaro ou o PT? Até parece que o Mandetta - agora comunista - saiu dos quadros do PC do B.

Tem certas coisas na política brasileira que até Deus duvida. 

Bolsonaro, a grande crise está diante de você. Não adianta correr. Ou é céu ou é inferno; nesse assunto não existe purgatório.

Torço para que sejam os céus! Infelizmente, torcida não ganha jogo.

Para quem sonha com um líder, segue um discurso de Churchill no parlamento britânico (cena do filme "O Destino de uma Nação). Apesar de ser um dos grandes vencedores da 2 guerra, não conseguiu ser eleito primeiro ministro após o conflito, mas entrou na história da humanidade como um líder magistral em tempos de crise.

Um abraço e até a próxima.




segunda-feira, 13 de abril de 2020

Carteira de renda variável - duas lições do último mês

Olá pessoal,

O aporte do mês foi para aumento da reserva de emergência.

Os proventos dos FIIs e ações foram reinvestidos em KNRI11.

A taxa de poupança foi comprometida por necessidades emergenciais (20%).

Com a volatilidade nos mercados nem calculei a porcentagem atingida para a independência financeira.

Obtive duas grandes lições no último mês: 1) importância de manter a reserva de emergência (ela já existia e pretendo aumentá-la para garantir 2 anos de custos da família); 2) importância de manter uma reserva de oportunidade (ela não existia).

Segue carteira de renda variável.

Um abraço e até a próxima,





sábado, 11 de abril de 2020

Saudade dos avós - Girassol e o Evangelho de João

Olá pessoal,

Nos dias de aflição temos a oportunidade de pensar naquilo que realmente importa.

E isso varia de pessoa para pessoa. 

Sinto uma enorme saudade dos meus avós - que moram em outra cidade. Dos meus amigos - que também moram longe. Nesses tempos podemos nos questionar se valeu a pena todo o esforço para "ganhar a vida" e ficar tão longe daqueles que mais importam, sobretudo dos familiares.

Estou aflito pela possibilidade de perdê-los e, ao mesmo tempo, angustiado pelos reflexos econômicos da pandemia nos negócios. É um duplo desespero. Não tem essa de uma coisa ou outra. São duas dores, duas dificuldades, duas aflições, como faces de uma mesma moeda.

É muito doloroso lidar com o imprevisível em uma situação nunca antes enfrentada por nossa geração. Não acho que aqueles que defendem o isolamento desejam destruir a economia, tampouco os que pretendem a reabertura do comércio tem como objetivo matar pessoas. Claro que não. 

Tenho na família empreendedores em "serviços essenciais". Possuem alguns negócios e um deles não foi fechado. Além de preocuparem com a própria vida, precisam equilibrar precauções para não contaminar os meus avós e salvar as outras empresas fechadas no isolamento. Essa situação tem sido muito difícil. A situação é terrível para quem manda e para quem é mandado embora.

Uns dizem: "Ah, é só reabrir tudo e resolvemos isso com facilidade".
Somos limitados e oferecemos "soluções simples e limitadas" para problemas complexos que sequer temos a real dimensão do tamanho.

Até parece que se houver reabertura de shoppings e comércio as pessoas comprarão loucamente bens supérfluos em um período de tantas incertezas. Com medo de pandemia, desemprego, tantas dúvidas, as pessoas se apegarão ao pouco de dinheiro que possuem e só comprarão o essencial. Os bancos sentam no caixa e não emprestam. Os empresários buscam a diminuição dos custos em uma tentativa desesperada de salvar alguma coisa e demitem em massa.

Quanto aos governos, mesmo em nível mundial, parece ser tudo na base da tentativa e do erro. Não me parece que haverá uma saída fácil nos próximos meses. Ficar quieto e não intervir também é fazer alguma coisa. Engana-se quem pensa que fazer nada não é uma decisão.  

Sobre o sonho da independência financeira, só tenho mais convicção dos meus objetivos. Enquanto houver capitalismo será um dos meus objetivos - e espero que ele continue por aí. Só estou mais certo da necessidade de ser frugal. Percebi que no meu plano haverá uma pequena propriedade rural e que talvez precise de até menos do que meus propósitos anteriores. A pandemia nos ensina a esperar menos e a viver com menos.

Estamos perto da Páscoa. Você que sempre comeu os ovos de chocolate, mas não sabe o motivo da celebração pode ler os livros bíblicos do Êxodo e o Evangelho de João. São aventuras fantásticas, um dos épicos da civilização ocidental. A saída do povo judeu do Egito e a vida de Cristo. 

Um alento em tempos de tantas dificuldades.

"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (João 3. 16).

Deixo uma música que tem sido um bálsamo nos últimos dias. 

Forte abraço.

Até a próxima,






GIRASSOL

Se a vida fosse fácil como a gente quer
Se o futuro a gente pudesse prever
Eu hoje estaria tomando um café
Sentado com os amigos em frente TV
Eu olharia as aves como eu nunca olhei
Daria um abraço apertado em meu avós
Diria eu te amo a quem nunca pensei
Talvez, é o que o universo espera de nós
Eu quero ser curado e ajudar curar
Eu quero ser melhor do que eu nunca fui
Fazer o que eu posso pra me ajudar
Ser justo e paciente como era Jesus
Eu quero dar valor até o calor do sol
Que eu esteja preparado pra quem me conduz
Que eu seja todo dia como um girassol
De costas pro escuro e de frente pra luz
Eu olharia as aves como eu nunca olhei
Daria um abraço apertado em meu avós
Diria eu te amo a quem nunca pensei
Talvez, é o que o universo espera de nós 

quarta-feira, 18 de março de 2020

Um livro para os dias difíceis - Queda de Gigantes - Ken Follet

Estou lendo Queda de Gigantes de Ken Follet.

Em tempos difíceis é bom lembrar dos tempos ainda mais difíceis.

Primeira Guerra Mundial, guerra de trincheiras, Revolução Russa, Tratado de Versalhes.

Ken Follet é um dos autores mais soberbos que conheço.

Impressionante a habilidade do autor nos romances históricos.

Em tempos de dificuldade, ler sobre outros tempos - ainda mais difíceis - pode fazer bem.

Um abraço e até a próxima,


Uma carta para o futuro

Um dia você entrará no seu blog.

E lembrará do início de 2020 - pandemia, surto ou histeria do coronavírus. A história dirá qual palavra acompanhará o vírus. O certo é que, em muitos aspectos, o pequeno bichinho microscópico já entrou na história.

Não sei como estará o seu patrimônio, muito menos se estará vivo.

Uma coisa é certa: todo mundo tem um plano até levar o primeiro soco no queixo (titio Mike Tyson).

Não vendi; não comprei. Só sei que o valor de mercado derreteu (redução de 85K, desde o pico).

E daí?

Vidas serão perdidas, cadeias produtivas interrompidas - dizem uns. Nada ocorrerá - dizem outros.

A incerteza nunca foi tão certa e o chão nunca foi tão movediço.

Seja pandemia ou histeria, as consequências nos mercados financeiros são inegáveis.

Desejo a todos muita calma e sabedoria.

No fundo no fundo, quero que seja apenas uma histeria, mas é triste perceber que posso estar equivocado.

Economia é baseada na confiança, no amanhã, no futuro.

Com o futuro incerto, como é possível pensar no amanhã? Não é um vírus que ataca apenas o corpo humano; atinge em cheio a fé no porvir.

Daí que muitos vendem e colocam o dinheiro debaixo do colchão. Como se dinheiro no colchão salvasse alguém do apocalipse zumbi.

Diante de toda essa tristeza, tive uma notícia boa.

Vendi um imóvel. Mas tenho até vergonha de ficar feliz. Custei a vender, mas não consigo sorrir. É muita notícia de tragédia. Me sinto mal se ficar bem.

Pretendo quitar um financiamento imobiliário e zerar as dívidas.

E que eu não caia na tentação de jogar tudo na bolsa.

É tempo de solidariedade. Se tiver condições, doe a quem precisa. Serão tempos difíceis.

Um abraço e até a próxima,


terça-feira, 3 de março de 2020

Entre a formiga ressentida e a cigarra deslumbrada - adiar a gratificação x ganho instantâneo - o falso dilema

Olá pessoal.

Vivemos um aparente conflito, um falso dilema: ou adiamos a gratificação e vivemos no futuro ou usufruímos do ganho instantâneo e nos esquecemos do amanhã. Uns querem ser cigarra, outros formiga.


"Era uma vez uma cigarra que vivia saltitando e cantando pelo bosque, sem se preocupar com o futuro. Esbarrando numa formiguinha, que carregava uma folha pesada, perguntou:


- Ei, formiguinha, para que todo esse trabalho? O verão é para gente aproveitar! O verão é para gente se divertir!

- Não, não, não! Nós, formigas, não temos tempo para diversão. É preciso trabalhar agora para guardar comida para o inverno.


Durante o verão, a cigarra continuou se divertindo e passeando por todo o bosque. Quando tinha fome, era só pegar uma folha e comer. Um belo dia, passou de novo perto da formiguinha carregando outra pesada folha.



A cigarra então aconselhou:

- Deixa esse trabalho para as outras! Vamos nos divertir. Vamos, formiguinha, vamos cantar! Vamos dançar!


A formiguinha gostou da sugestão. Ela resolveu ver a vida que a cigarra levava e ficou encantada. Resolveu viver também como sua amiga. Mas, no dia seguinte, apareceu a rainha do formigueiro e, ao vê-la se divertindo, olhou feio para ela e ordenou que voltasse ao trabalho. Tinha terminado a vidinha boa.



A rainha das formigas falou então para a cigarra:

- Se não mudar de vida, no inverno você há de se arrepender, cigarra! Vai passar fome e frio.


A cigarra nem ligou, fez uma reverência para rainha e comentou:

- Hum!! O inverno ainda está longe, querida! Para cigarra, o que importava era aproveitar a vida, e aproveitar o hoje, sem pensar no amanhã. Para que construir um abrigo? Para que armazenar alimento? Pura perda de tempo.


Certo dia o inverno chegou, e a cigarra começou a tiritar de frio. Sentia seu corpo gelado e não tinha o que comer. Desesperada, foi bater na casa da formiga. Abrindo a porta, a formiga viu na sua frente a cigarra quase morta de frio.



Puxou-a para dentro, agasalhou-a e deu-lhe uma sopa bem quente e deliciosa.



Naquela hora, apareceu a rainha das formigas que disse à cigarra:

- No mundo das formigas, todos trabalham e se você quiser ficar conosco, cumpra o seu dever: toque e cante para nós. Para cigarra e paras formigas, aquele foi o inverno mais feliz das suas vidas.




Quem nunca ouviu que caixão não tem gaveta? Que pensar no futuro é deixar de viver o presente? Que não adianta acumular para o inverno, pois não se tem certeza se viverá até lá? Que a cigarra foi a única que se deu bem na história, pois foi feliz o tempo inteiro?

Em contrapartida, quem nunca ouviu que devemos abdicar de viver o presente para construir um futuro melhor? Que a cigarra deu sorte de precisar de uma formiga, pois se fosse de um ser humano morreria de fome? Que depender dos outros - seja governo, empresa, família ou quem quer que seja - é uma das piores coisas que alguém pode fazer?

A fábula da cigarra é maravilhosa, pois é mais difícil ensinar o adiamento da gratificação do que a fruição instantânea - e viva o teste do marshmallow (http://www.simplicidadeeharmonia.com/2020/03/a-dificil-arte-de-saber-esperar.html).

Entretanto, não precisamos ser cigarras nem formigas. Devemos e precisamos buscar um equilíbrio entre a fruição imediata dos bens e o adiamento da gratificação. 

Não está escrito nas estrelas que ou poupamos ou somos felizes; ou investimos ou somos alegres.

Nem formiga ressentida nem cigarra deslumbrada.

O caminho dos poupadores é menos difícil quando aprendem a usufruir ao longo do processo.

Um abraço e até a próxima.