sexta-feira, 17 de abril de 2020

O sonho de um grande líder: uma grande crise; o temor de um péssimo líder: uma grande crise

Olá pessoal,

Muitos já ouviram falar em Winston Churchill. Por que um britânico é tão conhecido no mundo?

Por conta de sua liderança em uma das maiores crises da humanidade: a Segunda Guerra Mundial. Assista ao filme "O Destino de uma Nação". Ouça no youtube os discursos de Churchill. Ele guerreava com as palavras ao motivar seus cidadãos com "sangue, suor e lágrimas".

Muitos também conhecem Franklin Roosevelt, presidente dos Estados Unidos entre 1933 e 1945. E por que ele é tão conhecido? Pela sua liderança após a grande depressão e na Segunda Guerra Mundial. Ocupou 4 mandatos. Foi tão emblemático que, em 1947, uma emenda à constituição americana permitiu que o presidente dos EUA fosse reeleito apenas uma vez. Era o temor de que um novo Roosevelt ficasse tanto tempo à frente do império americano.

Um grande líder sonha com uma grande oportunidade de mostrar o seu valor. 

Para a nossa geração a pandemia da Covid-19 já se mostrou o maior desafio enfrentado. De certa forma, somos mimados pelas facilidades da vida moderna e não conhecemos, nem de perto, as privações dos nossos antepassados. Qualquer vento de neblina nos desespera, imagine então uma ameaça de pandemia, uma ameaça desconhecida, uma ameaça mortífera, acompanhada de possível caos social e depressão econômica.

Mas quero voltar ao aspecto do líder. Prefeitos e governadores, diante da inação ou falta de direcionamento do governo federal, tomaram a dianteira e adotaram uma série de medidas.

No mundo inteiro, bem ou mal, a maioria dos presidentes decretou medidas de isolamento social, com variados graus (vertical, horizontal, sei lá o que).

Não quero discutir tipo de isolamento.  

A questão é a seguinte: nenhum líder que se preze abre mão da iniciativa de tomar a decisão primeiro: NENHUM. Nem toda decisão deve ser delegada. Há decisões que apenas o principal decisor pode tomar.

E, no caso do governo federal, depois que você não toma decisão, só pode andar a reboque das decisões tomadas pelos outros entes federados. A Constituição da República tem um emaranhado de competências privativas, concorrentes e comuns entre os entes federados (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). Em algumas situações, todo mundo tem competência para tomar decisões - como no caso do enfrentamento da Covid-19 (saúde).

Bolsonaro tem no colo a maior crise de uma geração; maior oportunidade para um grande líder ou fator de desespero para uma liderança fraca. 

Ele entrará para a história - ou como um grande líder ou como o pior líder de todos os tempos.

Grandes crises não perdoam: ou você é exaltado até aos céus ou levado ao inferno. Churchill está nos céus; Chamberlain - o antecessor - nunca sairá do inferno.

Se Bolsonaro tivesse começado a quarentena, por um, dois, três dias - qualquer tempo que fosse - teria a prerrogativa de encerrá-la. E nem STF nem ninguém diria que prefeitos e governadores poderiam interferir na quarentena do governo federal. Poderia ter começado apenas em SP, apenas no sudeste, apenas na casa dele, enfim, ele que escolhesse a amplitude geográfica e temporal; todavia, quedou-se inerte.

Tem que ser muito inocente para imaginar que, com o mundo inteiro em quarentena, o Brasil seria o único país a passar ileso, incólume.

Quem começa a decidir permanece com o poder de decisão. Como ele nada fez, perdeu a vez. 

Parece bobo, mas é exatamente isso o que aconteceu.

E agora, certo ou errado, encontra-se emparedado por STF, Congresso, prefeitos e governadores.

Mas parece insistir na inação ao não construir critérios mínimos para entrada e saída da quarentena. Ao demorar tanto tempo para demitir um ministro com o qual não concordava.

Nessa crise com o Mandetta me lembrei do desespero dos petistas com o Temer. A resposta era até engraçada: uai, todo mundo que votou na Dilma, votou no Temer, afinal, ele era o vice.

Uai, quem indicou o Mandetta foi o Bolsonaro ou o PT? Até parece que o Mandetta - agora comunista - saiu dos quadros do PC do B.

Tem certas coisas na política brasileira que até Deus duvida. 

Bolsonaro, a grande crise está diante de você. Não adianta correr. Ou é céu ou é inferno; nesse assunto não existe purgatório.

Torço para que sejam os céus! Infelizmente, torcida não ganha jogo.

Para quem sonha com um líder, segue um discurso de Churchill no parlamento britânico (cena do filme "O Destino de uma Nação). Apesar de ser um dos grandes vencedores da 2 guerra, não conseguiu ser eleito primeiro ministro após o conflito, mas entrou na história da humanidade como um líder magistral em tempos de crise.

Um abraço e até a próxima.




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