Todos sabem das últimas decisões judiciais e desdobramentos políticos.
Em 2022, se der a lógica - e a decisão judicial for mantida - teremos um Bolsonaro x Lula no segundo turno. Estômago chega até a embrulhar só de pensar na quantidade de "pela saco" que vai torrar minha paciência por conta de política.
Acompanhando algumas análises e opiniões vemos o quanto de imprevisibilidade política existe em nosso país. O que me assusta é, diante de toda essa incerteza, a quantidade de analistas que conseguem cravar o que será do país no futuro.
Assim como poucos viram a ascensão do Bolsonaro; poucos viram o possível retorno do Lula. Da mesma forma, poucos acertarão o que acontecerá em 2022 e diante. Ninguém sabe coisa alguma.
Haverá uma terceira via ? Qual o papel de Sérgio Moro em tudo isso ?
Logo após a decisão, o presidente da Câmara dos Deputados lançou o seguinte tweet:
O candidato do Centrão - representante da elite política de Brasília e apoiado pelo atual presidente - não tem nenhum pudor em dizer que Lula merece "absolvição", via decisão monocrática. Mas Moro, JAMAIS !
Bolsonaristas e lulistas têm ódios em comum: Moro, Rede Globo e STF.
Bolsonaristas e lulistas têm certeza de que serão os antagonistas em 2022.
Eu não tenho certeza de nada. O que o brasileiro precisa entender é que, em termos de política brasileira, branco é preto, preto é branco, quadrado é retângulo e círculo é um trapézio. O passado aqui é tão duvidoso quanto o futuro. Golpe, contragolpe, revolução, separatismo, tudo é possível. Inclusive o nada também.
E os investimentos de um pobre e indeciso investidor amador ? O que fazer ?
Deus me livre de dar conselhos financeiros no meio de uma pandemia. Como se não bastasse, temos um caos institucional em termos de medidas de enfrentamento à covid - cada governante pensa uma coisa -, aliado a uma decisão judicial que nem o Fachin consegue explicar.
Por que a decisão é tão esquisita ? É o tipo de coisa que poderia - e deveria - ter sido analisada há, no mínimo, uns 5 anos, para evitar todo o caos jurídico que assistimos hoje. Sempre achei muito estranho que Curitiba fosse um juízo universal que atraía todos os crimes cometidos no Brasil - do Oiapoque ao Chuí.
Bolsonaristas - com razão - acusam o STF de ter promovido uma chicana jurídica e lulistas - com razão - acusam o STF de ter auxiliado a retirada do Lula na corrida presidencial de 2018. É O CAOS !!!!
E, em meio à guerra de narrativas, o Clube Militar solta uma notinha apontando possível ruptura institucional e dizendo que a decisão do Fachin é "vitória do banditismo".
Resumindo: zona completa !
E agora José ?
A primeira coisa que todo cidadão nesse país precisa entender é que, individualmente, sua opinião é IRRELEVANTE ! Só há alguma força quando há mobilização popular organizada.
Considerando minha irrelevância individual - enquanto cidadão - não há muito que possa ser feito. Isso parece triste, mas, na verdade, é libertador.
Vou te contar um segredo: eu e você - individualmente - não temos relevância para o futuro do Brasil. Verdade dói, mas é a verdade.
Isso parece triste e horrível, mas não é.
Pare de esperar que governante resolva sua vida e o ajude a crescer e prosperar.
Quer mudar alguma coisa ? Mude sua vida. Essa é a única possibilidade para o reles mortal tupiniquim.
Pare de responsabilizar um político qualquer - que nem sabe que você existe - pelo seu futuro; pelo seu sucesso ou fracasso. Esse povo nem sabe que você existe e está cagando e andando para suas dores e problemas.
Cuide de você e de sua família.
Se quiser mudar o Brasil - coletivamente - a saída é a mobilização popular organizada. Individualmente, somos nada.
Cada um escolhe seu caminho.
Eu prefiro focar no meu desenvolvimento pessoal e de minha família. Já sonhei demais com futuro melhor do Brasil.
Enquanto isso, temos 2.000 mortes diárias por covid.
Que Deus nos proteja de nós mesmos.
Apesar de tudo, o Brasil não vai acabar - assim espero.
Existem várias estratégias para acúmulo patrimonial.
Se eu pudesse resumir a minha em poucas palavras seria: fluxo de caixa, fluxo de caixa e fluxo de caixa.
No início da jornada financeira, minha principal preocupação era ter ativos que me gerassem uma renda, com relativa constância. Tenho um imóvel alugado e alguns FIIs.
Em março, pela primeira vez, passei a marca de R$ 5.000,00 mensais de proventos. Os dividendos das ações cooperaram bastante.
Não existe uma estratégia perfeita. Não existe uma única via possível. O importante é traçar um caminho que lhe dê tranquilidade ao dormir.
Há alguns anos essa meta era, aparentemente, impossível de ser alcançada. Tinha mais passivos do que ativos; mais dívidas do que patrimônio. Lia os blogs e tudo que pensava era: "acho que isso não é para mim".
Quitei todas as dívidas, aluguei o apartamento e passei a me interessar pelos FIIs, por conta da previsibilidade nos rendimentos e volatilidade menor - em comparação às ações.
Ao longo da vida, cometi inúmeros equívocos financeiros e me meti em negócios que só me causaram prejuízo. Foram muitos. Mas, aos poucos, aprendi algumas lições.
Os aportes são mais importantes do que a rentabilidade; alta porcentagem de poupança e pagar-se primeiro são fundamentais.
Mas, antes disso tudo, você precisa acreditar. Desejar. Imaginar e crer que é possível.
Em um momento de tanto desalento e desesperança - falo por mim mesmo - quis trazer uma mensagem de esperança em meio ao caos e futuro, no mínimo, duvidoso.
Escrevi isso para mim. Eu preciso ter esperança. Imagino que você também.
Uma coisa que funcionou muito na nossa família foi comemorar pequenos sucessos. Nossos primeiros R$ 100,00. Nosso primeiro salário mínimo em FIIs. Quando assustamos, chegamos aos R$ 5.000,00 por mês.
Agora minha esposa voltará ao mercado de trabalho e, juntos, pretendemos aumentar a força dos aportes.
Nunca se esqueça: antes de fazer por onde, você precisa acreditar.
Agradeço a todos os blogueiros que já passaram por aqui e já se foram; uns desativaram os blogs, outros morreram. Vocês fazem parte dessa história.
Geralmente, quem não gosta de história, se recorda de aprender a decorar datas desconexas e estudar sobre fatos, aparentemente, sem qualquer relação. Não somos ensinados na escola a pensar a história de forma completa e correlacionada. Estudei revolução francesa umas 4 vezes, mas pouco vi sobre os efeitos na América Espanhola.
Aprendemos sobre revolução francesa, mas não somos ensinados sobre como isso redundou nas guerras napoleônicas e, após um longo processo, na independência do Brasil.
Aprendemos sobre a civilização árabe, mas pouco sabemos sobre a dominação na península Ibérica - por cerca de 700 anos - e como isso afetou a formação de Portugal e Espanha.
Aprendemos sobre a crise de 1929, mas não sabemos como isso implicou a revolução de 30. Isso se dá porque a história é contada como se fosse possível entender a Revolução Russa sem a 1ª Guerra, a Revolução Chinesa sem a 2ª Guerra, o Regime Militar de 64, sem a guerra fria.
Para quem não gosta de história, recomendo, novamente, o livro "Queda de Gigantes" de Ken Follet:
É uma espécie de romance histórico - muito bem escrito - que inicia a Trilogia do Século. Passa-se nos primeiros anos do século XX. A forma como o autor conta a história demonstra como pessoas normais são afetadas por guerras e como era o ambiente social e político - nos Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha e Rússia - nos primeiros anos do século XX.
Para quem gosta de história é ainda melhor. Alguns políticos, revolucionários e reis são abordados, de forma bastante verossímil.
Se não gostar desse livro, sinceramente, é melhor nunca mais ler coisa alguma.
Um dia desses um primo que considero muito, que está perto de fazer 18 anos, me perguntou o que eu faria se estivesse no lugar dele - em termos de profissão, faculdade, essas coisas. Pensei, refleti e tudo o que consegui responder foi: não tenho a menor ideia.
Contextualizando: no meio da pandemia, esse "quase adulto" está em dúvida sobre o que fazer com a própria vida. Teve uma criação parecida com a minha: periférico de grande cidade, sem herança, sem QI, que estudou em uma escola razoável graças ao esforço dos pais. Nossa grande diferença é que, enquanto eu tive uma vida mais "na rua", ele ficou mais trancado em casa.
Depois de muito pensar - e lembrar dos meus 18 anos - vi o quanto essa geração atual é extremamente ferrada em termos de perspectiva e esperança quanto ao futuro. Nunca foi tão grande a parcela de jovens "nem nem". Nem trabalham, nem estudam. É uma pandemia dentro de uma pandemia.
Pesquisando sobre o assunto, achei esse artigo da BBC Brasil, com o título : "Os danos permanentes para os jovens que começam a trabalhar em tempos de crise".
Vendo tudo isso e a tendência pessimista nas mídias sociais, ainda continuei pensando no assunto.
Meus avós tiveram uma vida ferrada - vindo da roça para a capital -. Meus ascendentes (europeus, africanos e indígenas - já fiz exame de DNA) também passaram por poucas e boas, dadas as circunstâncias horrorosas e de vida difícil - viagens perigosas, guerras, escravidão, doenças, enfim... a vida nunca foi fácil. Não podemos imaginar que somos os únicos humanos que sofreram. Na verdade, em termos comparativos, sofremos até pouco. Ou prefere voltar para o tempo em que precisava caçar proteína e lutar por um gole de água ? Para o tempo em que a peste negra matava milhões na Europa, sem nenhuma perspectiva de vacina ou tratamento ? O problema é que, para o nosso cérebro, não existe um medidor universal de sofrimento; quem está no meio dessa pandemia, com covid, desempregado e sem perspectiva está em grande e absoluto desespero. Nosso cérebro não se compara com o sofrimento do antepassado; se compara, normalmente, com familiar, amigo e - agora - com celebridade de "instagram" - o mal do século XXI. Nossa mente não tem capacidade para lidar com a comparação excessiva dos tempos atuais. Isso está destruindo muitas pessoas.
Enfim, após pensar sobre o assunto, aconselhei o primo no seguinte sentido :
"A vida é muito dura com quem é pobre nesse país. Ninguém deve a você coisa alguma e deve lutar muito para conquistar seu espaço. Não se iluda com a ideia de que você tem muitas opções. Na verdade, considerando suas habilidades e experiências, suas opções são poucas. Algumas delas são:
1) Migrar para um país com melhores opções, após o fim da pandemia - Quando eu tinha 18 anos essa não seria minha primeira opção - as circunstâncias eram outras. Hoje, sem nenhuma dúvida, seria meu primeiro pensamento, por diversas razões que, para mim, parecem bem óbvias. Sei que viver fora é difícil para caramba. Sei de xenofobia, preconceito, blá, blá, blá - até parece que pobre no Brasil não sofre nada disso. Aprender uma língua estrangeira e desenvolver habilidades que podem ser úteis no exterior é essencial. Ser um bom pedreiro - marceneiro, com noções de inglês, pode garantir sua sobrevivência mais do que um canudinho de papel em uma uniesquina qualquer. A alta do dólar pode ser uma tristeza ou uma oportunidade - depende do ponto de vista. Nunca foi tão interessante ganhar em dólares.
O Brasil nunca perde a oportunidade de perder uma oportunidade. Esses dias vi um filme sobre o Barão de Mauá. Este país parece um eterno conflito entre aqueles que querem o desenvolvimento da nação e velhas elites que só querem conservar o poder. País desindustrializado é pais pobre.
2) Fazer faculdade, mas não esperar nada dela, com emprego autônomo em paralelo - Se estiver com receio de ir para outro país, faça uma faculdade, mas não espere nada de um canudinho de papel. Como diz o Renan do Choque de Cultura: "Faculdade no Brasil é um grande recreio de quatro anos que, quando bate o sinal, você está desempregado". Vivemos em uma era de alto desemprego entre jovens e adultos diplomados. O ideal é que faça faculdade, mas, ao mesmo tempo, trabalhe. Movimento é vida. Se não conseguir emprego formal, esteja disposto a ser motorista de Uber, entregador de aplicativo, corretor de imóveis, pedreiro, marceneiro ou qualquer outra profissão com algum grau de autonomia. Comece a fazer dinheiro rápido, o quanto antes. Estude, leia livros, aprenda coisas diferentes. Comece a errar bastante para um dia conseguir acertar. Não tenha medo de errar. Se ficar parado seu fracasso é garantido; nunca se esqueça: você nasceu em uma família pobre, sem herança e sem QI !!! Comece a poupar desde seu primeiro salário e a investir seu dinheiro. Não despreze cursos técnicos/tecnólogos.
3) Fazer concursos públicos - Já foi melhor, mas não deixa de ser uma opção. Não seja apegado a cidade, cargo, órgão, nem a nada. Abra, pelo menos uma vez por semana, o site PCI Concursos e procure por vagas que você possa se candidatar. "Ah, mas paga pouco", "Ah, mas é longe". Foda-se. Movimento é vida. Estude, prepare-se e esteja disposto a ir para o "Cafundó do Prego" se essa for a opção mais rápida. Continue a estudar até alcançar posições melhores. A melhor forma de estudar é fazer muitos exercícios, até não aguentar mais.
4) Em hipótese alguma arrume filhos antes de se estabelecer economicamente - Se tivesse um jeito, eu arrancava seu pinto por uns 10 anos só para garantir que não cometa esse erro - e depois devolvia. Se tiver filhos, seja homem e assuma suas responsabilidades como pai.
5) Esqueça rede social, netflix, disney, video-game, Big Brother, twitter, instagram e essa papagaiada toda - A menos que trabalhe com isso, afaste-se dessas coisas que não vão ajudá-lo em coisa alguma, principalmente no início da vida adulta. Pobre que entra nisso aí vive alienado por toda a vida. Substitua essa porcaria pela busca de conhecimento, através de livros e cursos que agreguem algum valor.
6) Doe seu tempo ou seu dinheiro para quem precisa: Ajude um asilo, creche ou pessoas necessitadas. Se não tiver dinheiro, doe seu tempo - o principal ativo de sua vida. Dessa forma, você fará o bem ao próximo e a si mesmo. Aprenda a agradecer por aquilo que tem e a ajudar quem mais precisa. Seja rico em ajudar o outro. É a maior riqueza na vida de um ser humano.
7) Pare de esperar oportunidades maravilhosas e grandes chances que caem do céu. Na cabeça de pobre periférico só cai chuva e bala perdida. Você precisa criar suas próprias oportunidades.
8) Nunca, em hipótese alguma, se faça de vítima - Fragilidade atrai agressividade. Presas atraem predadores.
9) Não tenha medo de se envolver em um relacionamento sério, caso a pessoa valha a pena - É melhor do que viver de galho em galho e descobrir, aos 40 anos, que perdeu ótimas oportunidades ao longo da vida só para se sentir "livre e desimpedido".
Enfim pessoal, esses foram os conselhos. Podem se perguntar: por que não falou do empreendedorismo? Porque conheço meu primo e sei que, no momento, não é uma opção. Mas pode ser para você. Aliás, se tiver o perfil, pode ser a melhor. Acho, também, que não podemos romantizar o empreendedorismo como se o Brasil - ao se tornar uma nação de vendedores de bolo de pote, picolé e pano no sinal - fosse se tornar rica e desenvolvida. Empreendedorismo não é para todos, infelizmente. Ou você prefere uma nação de empreendedores youtubers e traders ?
Reitero que esses conselhos foram para o meu primo. Cada um deve adaptar-se à sua realidade. Uma outra opção, bem interessante, é tentar mudar de região no país, para um local com mais chances e crescimento econômico. Quem é de cidade pequena - e pobre - já nasce com isso na cabeça.
Por óbvio, os conselhos dizem respeito a decisões e escolhas individuais. Não tenho por princípio e jamais aconselharei um jovem da periferia, que nem gosta muito de estudar, a acreditar em soluções políticas mirabolantes - mitos e outras bostas - ou saídas coletivas em um país como o Brasil - revolução, golpe, anarcocapitalismo, socialismo, blá blá blá. No Brasil, pobre que acredita em solução coletiva está apenas atraindo mais pobreza. Não espere isso de um país que demorou tanto tempo para abolir a escravidão.
Um amigo tem uma tese de que a história dos golpes e revoluções no Brasil - no século XX - são do tipo "muda tudo só para continuar do mesmo jeito" - pelo menos para quem é pobre; diz que as grandes mudanças no país - 1808, 1822, 1889, 1930, 1964 e 1988 não foram movimentos de massa - genuinamente populares -, mas grupos da elite dando golpes em outros grupos da elite, apoiados por alguns setores da classe média. Não sei se está correto, mas, para quem conhece a história do Brasil, é uma teoria que faz algum sentido. O povo, de fato, nunca esteve no poder - e continua longe dele, bem longe. É um país feito, concebido e conservado para poucos. Considero como povo a maioria esmagadora da população. Nosso sistema de governo é muito mais aristocrático do que um governo do povo, pelo povo e para o povo.
Dia desses eu perguntei ao meu avô onde ele estava quando os militares tomaram o poder em 64. Ele disse: "dirigindo um caminhão". Mudou alguma coisa na sua vida depois? "Nada, continuei dirigindo caminhão". As mesmas respostas obtive sobre o período das Diretas Já e 1988. Quando perguntei sobre o confisco da poupança do Collor, deu uma gargalhada e disse: "você acha mesmo que nossa família tinha algum dinheiro para colocar em poupança ? Mas o Collor é um filho da puta. Pior do que ele só o povo que o elegeu, de novo, para senador". É desse pobre que eu estou falando.
Se pegar alguns políticos e governadores do Brasil é possível traçar uma linha do presente até às elites do Império e, se brincar, até às capitanias hereditárias. Parece gozação, mas não é.
Recomendo a todos o filme Mauá, o Imperador e o Rei. Se estiver com preguiça assista ao diálogo estabelecido entre o Visconde de Feitosa e Irineu Evangelista - Barão de Mauá, a partir do minuto 29:32. Nunca vi uma conversa que expressasse de forma tão eficaz o que significa o Brasil - seus potenciais e problemas.
Aportei também em PGMN3, WIZS3, HGRE11, BBRC11, CVBI11, KNRI11, HFOF11, BBPO11 e TORD11.
A carteira ficou assim:
Pretendo chegar a uns 30 FIIs, no mínimo. "Mas não é difícil acompanhar?" Eu tenho um serviço de assinatura que, semanalmente, reporta os fatos relevantes dos FIIs. Leio apenas as notícias relacionadas aos ativos que tenho ou daqueles que mantenho algum interesse. É mais fácil do que parece. Como não tenho tempo nem o hábito de girar muito a carteira, não abro mão da diversificação - a "sabedoria dos ignorantes". A única coisa que penso quando os ativos caem muito é "tomara que continuem assim até o próximo aporte". Na maioria das semanas, nem sei o que subiu ou caiu.
Só por conta da diversificação posso aportar e manter BBPO11, BBRC11, RBVA11, CIEL3, WIZS3, MFII11 e ABCP11 sem me preocupar com os últimos "problemas" que ocorreram nesses ativos.
Eventualmente - bem eventualmente mesmo -, acompanho as discussões no Clube FII e alguns canais no youtube - Baroni, Arthur Vieira de Moraes, André Bacci, Fiique tranquilo e Tetzner - o último com algum cuidado... rsrs... quem conhece sabe do que estou falando. Quem assiste sempre o Tetzner "ou acha que o mundo tá acabando - todo dia - ou vende os FIIs com menos de um mês". Mas aprecio a autenticidade dele; quando acerta, acerta em cheio.
Livros
Recomendo o livro Cultura Geral de Dietrich Schwanitz. É o livro de um alemão escrito, principalmente, para o povo alemão. Gostei demais da forma como ele aborda o que chama de "cultura geral". É, na verdade, cultura europeia ou cultura "ocidental". Por vezes, aborda temas históricos com superficialidade e muita rapidez, mas é o suficiente para conhecer alguns momentos importantes.
Começa falando sobre os grandes temas do ocidente: Bíblia e mitologia/filosofia grega. Diz que Bíblia, Odisseia e Ilíada são textos fundantes da "civilização ocidental". Acrescentaria, além da cultura judaico-cristã e da filosofia/mitologia grega, o Direito Romano. Algumas instituições romanas estão presentes até hoje em códigos civis da Alemanha, França, Portugal, Espanha e, obviamente, América Latina. É impossível pensar a civilização ocidental sem 3 grandes influências: cristianismo (Igreja Católica/Reforma); democracia e filosofia (gregos) e Direito Romano (Império Romano).
O mais curioso é pensar que, na cabeça do autor - e acredito que de todo europeu - civilização ocidental são eles e, no máximo, Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia.
O que mais gostei foi como abordou a vergonha nacional do nazismo e do Hitler. Vale a pena a leitura.
Recordei-me de 2014 quando estava no jogo Brasil e Alemanha, no Mineirão. No intervalo, o Brasil já perdia de muito e eu e minha esposa estávamos ao lado da torcida alemã. Do nada, um alemão chegou perto de mim. De forma inconsciente tudo o que eu pensei foi: "saia daqui seu nazista de merda". Só pensei, é claro, mas estava prontinho para dizer isso. Ele fez uma cara de "me desculpe" e falou "sorry". Quase fiquei com dó dele. Imagino que a minha cara não estava muito boa e ele deveria estar pensando "é hoje que morro nesse país subdesenvolvido". Contei isso porque meu primeiro ato inconsciente foi associar aquele torcedor feliz com nazista - quase um ato reflexo. Depois disso pensei que deveria ir ao jogo com a camisa da União Soviética debaixo da camiseta do Brasil. Só para garantir o bullying reverso em caso de derrota.
Lendo o livro do Dietrich, pude entender melhor como esse estigma ainda recai sobre o povo alemão e uma certa dificuldade em lidar com isso - ainda hoje. Enfim, só lendo para perceber. Aquele desejo oculto nas entrelinhas de dizer "olha, não foi tão ruim assim; a maioria não sabia de nada; Hitler foi tenebroso, mas fomos muitos humilhados na 1ª Guerra; fomos enganados, mas outros povos também fizeram cagadas; espanhóis e portugueses fizeram ainda pior com os povos originários".
Já escrevi demais.
Que venham as vacinas e possamos sair dessa pandemia. Se sobrevivermos, os fatos de 2020-2021 nos marcarão para sempre. Não sei se o pior é a pandemia ou perceber o quanto de maluquice pode existir dentro dos seres humanos.
Faz algumas semanas que eu e toda minha família contraímos Covid-19. A esposa e as crianças lidaram bem com a doença. Eu sofri um pouco mais (cansaço, fraqueza, febre e tosse). Mesmo recuperado, a fadiga ainda persiste e não sinto que estou 100%.
Nesse mesmo período, o pai de um grande amigo faleceu de Covid. Esse amigo ficou internado, mas já se recuperou. Um outro amigo da escola faleceu por motivos desconhecidos, enquanto dormia no apartamento. Tempos muito dolorosos.
Gostaria de compartilhar algumas coisas que aprendi nesse período:
1) Cuide bem daquilo que é mais importante para você - reserva de emergência e seguro de vida
Você nunca saberá quando será o seu último dia. Especialmente se for pai ou mãe de filhos pequenos, se possível, tenha uma reserva de emergência que contemple alguns meses de gastos. Além disso, se puder, tenha um ou mais seguros de vida.
Em certo momento eu pensei, ainda que levemente, que poderia morrer. Não é uma sensação muito boa quando se tem filhos tão pequenos e ama a família. Aquelas listas que tratam das últimas coisas que pensa quando está perto da morte são bem verdadeiras.
Fiz um cálculo rápido do patrimônio acumulado e dos prêmios dos seguros e, apesar de toda insegurança do momento, fiquei feliz ao perceber que minha família teria condições de se bancar por um bom tempo.
Descobri, na pele, que o seguro de vida é uma espécie de reserva de emergência para futuros catastróficos e que pode trazer alguma paz e tranquilidade, mesmo em ambientes de muito estresse.
2) Tenha e mantenha relacionamentos significativos
O dinheiro é fundamental no sistema em que vivemos. Isso é inegável e não tem para onde fugir. Mas pessoas significativas valem mais do que coisas significativas.
Construa e mantenha relacionamentos significativos em sua vida. Somos seres relacionais. Essa vida atomizada, desequilibrada, centrada no consumo e egoísmo, pode levar qualquer um de nós a apenas acumular coisas, mas esquecer de cultivar algo muito mais importante : relacionamentos.
Cuide de você, de sua família e de seus amigos.
Ao pensar na morte você percebe que há coisas mais importantes do que um grande patrimônio.
3) O amor supera o ódio
Meu vizinho de apartamento é pastor da Universal. No começo da pandemia, nessas conversas atravessadas de elevador, o vizinho disse para minha esposa que covid era "fake news" e sei lá o quê. Nessas horas você fala "aham" e sai de perto, para não dar palco para maluco.
Quando vejo o cidadão e penso no pai do meu amigo, às vezes tenho vontade de dar uma voadora com os dois pés no peito dele e já partir para a "sessão do descarrego"- descarrego de soco, cotovelada, joelhada e chute com a canela. Nessas horas, controle emocional e deixar para lá sempre é o melhor caminho. Não deixe que um sujeito atribulado e maluco roube o pouco de paz que ainda existe dentro de você.
Talvez você tenha perdido alguém ou conheça alguém que se foi por conta da Covid. Certamente quando ouve ou vê alguns dos discursos atuais a raiva sobe. É impossível não subir.
Eu não vou dizer que é fácil - porque não é - mas procure perdoar, até mesmo esse bando de idiota que nunca te pedirá perdão.
O ódio consome por dentro. Tem um versículo bíblico na 1 Carta de João 2:11 que diz o seguinte: "Mas aquele que odeia a seu irmão está nas trevas, e anda nas trevas, e não sabe para onde vai: porque as trevas lhe cegaram os olhos".
Ódio é uma desgraça. Ódio causa cegueira. Deve ser sempre combatido com o perdão, mesmo que o idiota que lhe fez mal nunca tenha reconhecido o erro.
Ame, especialmente esse bando de maluco insensível que, muitas vezes, se diz cristão mas não passam de fariseus hipócritas e vendilhões do templo. Esse povo, em sua grande maioria, não sabe o que é o amor, muito menos solidariedade.
Um mundo de ódio não justifica que você ande por aí sem amar e pisando no calo dos outros.
Quem odeia anda pela caminho da autodestruição. Não seja um desses, mesmo que você tenha todos os motivos para andar indignado.
4) Que 2021 seja um ano melhor
Muitas pessoas sofreram em 2020. Mortes, perda de pessoas importantes, desemprego, miséria, desespero, empresas falidas, enfim, são momentos muito complicados.
Desejo que renove suas forças para esse próximo ano e que, com a ajuda de Deus, tenhamos um 2021 melhor.
Ainda que você não tenha uma fé específica ou ache tudo isso uma grande bobagem, saiba que não está sozinho e milhões de outras pessoas passaram tempos de muita dificuldade.
Não há garantia de que o futuro será melhor. Ainda assim, agradeça por aquilo que tem, mesmo que seja pouco.
5) Coisas nem tão importantes
Nos últimos meses fiz aportes em : BBPO11, BBRC11, RBVA11, PGMN3, CVBI11, ABCP11 e HGRE11 e HFOF11.
Além disso, fiz a consolidação do patrimônio familiar e lancei o valor de alguns FIIs que estão na conta da esposa: MFII11, VRTA11, XPLG11, VISC11, ABCP11 e MXRF11.
Finalmente iniciei os aportes no exterior, através de ETFs: SDIV, VNQ e VNQI.
Li muitos livros. Comprei muitos também. Os destaques vão para: 1) O Mais Importante para o Investidor (Howard Marks); 2) O peregrino (John Bunyan); 3) O Anticristo (Nietzsche); 4) Por uma vida mais simples (André Cauduro).
O livro do Howard Marks é bem interessante. Entretanto, não sei se por conta da Covid, amei a releitura de "O peregrino" de John Bunyan. Não é uma obra tão conhecida no Brasil, mas se trata de um clássico da literatura inglesa. John Bunyan foi um cristão perseguido pela Igreja Oficial na Inglaterra.. Enquanto esteve na prisão, escreveu esse livro que é um dos mais vendidos de todos os tempos. É uma alegoria de um cristão a caminho da Cidade Celestial.
Ao mesmo tempo, li o Anticristo, de Nietzsche. A obra é considerada uma grande crítica a todo o cristianismo histórico, vinda do "filósofo do martelo". Confesso que nunca conheci alguém que tivesse lido "O Peregrino" e "O Anticristo". Um dos grandes problemas da atualidade é que as pessoas se recusam a ler qualquer coisa que critique ou questione sua visão de mundo. Ateu só lê ateu. Cristão só lê cristão e, de preferência, do mesmo arraial da fé. Isso limita a capacidade de raciocínio e de análise. Ri muito de algumas visões do Nietzsche, mas confesso que, em vários pontos, dei bastante razão às críticas que fez ao cristianismo histórico, sobretudo às hierarquias eclesiásticas.
Ler o ponto de vista contrário, na maioria das vezes, é a melhor forma de depurar aquilo que acredita e aprender com o outro. O grande problema das redes sociais modernas é que apenas reforçam, de forma permanente e amplificada, o viés de confirmação. Transforma tudo em um Fla-Flu e ninguém escuta ninguém. É tudo torcida.
Outro destaque de leitura vai para o livro "Por uma vida mais simples", de André Cauduro, publicado pela Editora Cultrix; que livro bom. Ler relatos de pessoas que tiveram coragem de mudar de vida e adotar um estilo mais simples é reconfortante. O que mais apreciei no livro é que, ao tratar do "movimento pela simplicidade", o autor também aborda algumas críticas e hipocrisias dessa ideia. Muito interessante.
Li também o excelente livro Viagem Lenta, do André, mas esse merece um post especial para o futuro.
Em tempos normais não é fácil manter um relacionamento, imagine durante uma pandemia.
A vida a dois exige cuidado, carinho e muito afeto.
Perdi as contas de quantos livros já li do Gary Chapman, autor de as 5 linguagens do amor.
Recomendo para todos, ainda que solteiros.
Não é só o patrimônio que precisa de cuidado, tempo e investimento.
A maior riqueza da vida não são números em contas bancárias. São os relacionamentos significativos. Pessoas importam mais do que coisas, ainda que, frequentemente, sejamos ensinados do contrário. "Se o dinheiro é o seu deus, sua vida será um inferno".
Gosto do livro por duas perspectivas: autoconhecimento - ao incentivar auto percepção da sua linguagem do amor principal - e conhecimento do(a) companheiro(a) - ao devotar-se a principal linguagem do outro.
É um livro muito bom, tanto para prevenção de problemas quanto para aqueles casais que já enfrentam os últimos dias juntos.
Dê uma chance à possibilidade de ser feliz a dois.
Casar é fácil, difícil é desfrutar da união por longos anos.