sexta-feira, 30 de outubro de 2020

As cinco linguagens do amor

 Olá pessoal, 

Em tempos normais não é fácil manter um relacionamento, imagine durante uma pandemia.

A vida a dois exige cuidado, carinho e muito afeto.

Perdi as contas de quantos livros já li do Gary Chapman, autor de as 5 linguagens do amor.


Recomendo para todos, ainda que solteiros.

Não é só o patrimônio que precisa de cuidado, tempo e investimento.

A maior riqueza da vida não são números em contas bancárias. São os relacionamentos significativos. Pessoas importam mais do que coisas, ainda que, frequentemente, sejamos ensinados do contrário. "Se o dinheiro é o seu deus, sua vida será um inferno".

Gosto do livro por duas perspectivas: autoconhecimento - ao incentivar auto percepção da sua linguagem do amor principal - e conhecimento do(a) companheiro(a) - ao devotar-se a principal linguagem do outro.

É um livro muito bom, tanto para prevenção de problemas quanto para aqueles casais que já enfrentam os últimos dias juntos.

Dê uma chance à possibilidade de ser feliz a dois.

Casar é fácil, difícil é desfrutar da união por longos anos.

Invista naquilo que mais importa - sua família.

Um abraço e até a próxima.





quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Praemeditatio malorum - antecipando coisas ruins

 Olá pessoal,

É comum ouvir a ideia de que se deve pensar e mentalizar apenas coisas boas na vida. Eu mesmo gosto muito de pensar sobre isso, em especial no que diz respeito à gratidão. Agradecer faz bem.

Entretanto, o modo de vida que só vê as coisas boas pode resultar em grandes tragédias.

Planos dão errado; pessoas morrem; pandemias, tragédias naturais, enfim... o mundo não é feito só de coisas boas.

Gosto muito dos filósofos estoicos. Você já ouviu falar na ideia da "praemeditatio malorum", também conhecida como "e se tudo der errado" ?

Refletir sobre a frustração dos planos pode ajudar e se prevenir e proteger a si mesmo e sua família.

Exemplo: casal com filhos em que apenas um deles trabalha. Em caso de morte do provedor, os sobreviventes ficarão sem sustento. Alguém pensou nisso e inventou o seguro de vida.

Concertinas, cercas elétricas, segurança armada, plano de saúde, câmeras de segurança e outros dispositivos têm como fundamento a ideia de que, em algum momento, coisas ruins podem acontecer.

Derivativos, opções e mercados futuros foram pensados, grosso modo, para garantir alguma segurança para possíveis tragédias, muito embora, atualmente, sejam mais instrumento de especulação do que, propriamente, de segurança para os investidores.

Para quem está no início da acumulação de patrimônio, nada é mais relevante do que a reserva de emergência, de preferência alocada em um ativo líquido e de facílimo acesso, inclusive durante os finais de semana.

Coisas ruins acontecem, quer você queira ou não.

Não caia no erro de formular planos baseados em cenários perfeitos.

Um abraço e até a próxima.



Chama o Meirelles ? - possibilidade de aluguel de FIIs

Olá pessoal,

Indico um vídeo com o Baroni e o André Bacci sobre a possibilidade de aluguel dos FIIs, tal como já ocorre com as ações. Live interessante considerando o alvoroço de muitos investidores com as notícias recentes. Aprendi muito - e ainda aprendo - com os dois. 

É muito cedo para apontar se é uma mudança boa ou ruim para os investidores em FIIs, mas acredito que evitará a ocorrência de valorizações absurdas e desconexas como vimos no FLMA11 nos últimos anos.




Estava aqui pensando: será que chamarão o Meirelles de novo?

Eu não sei se é para rir ou para chorar, mas quem duvida?

Imagine a carinha do Paulo Guedes - com toda sua humildade e sabedoria - quando o Meirelles chegar como presidente do Banco Central ou de um eventual novo Ministério da Fazenda .... ha ha ha ha...

Na desgraça tudo o que você pode fazer é rir dela.




Considerando o nível de indigência mental na sociedade, deixo claro que os memes são brincadeiras, com um pequeno fundo de verdade.

Um abraço e até a próxima.

terça-feira, 27 de outubro de 2020

Fechamento de outubro de 2020 - livros, carteira e aportes

 Olá pessoal,

LIVROS

Mês proveitoso para as leituras. E viva o kindle !! Em regra, a Amazon disponibiliza livros digitais mais baratos do que as versões físicas e com entrega instantânea. Muito bom para os leitores.

O investidor de bom senso - John Bogle - Livro clássico nos EUA com tradução recente para o português. Gostei muito da obra e recomendo para todos aqueles que desejam conhecer mais a fundo a estratégia de investimento passivo que acompanha índices, em especial o S&P 500. Recordo-me de que é um dos livros mais bem recomendados pelo "Viver de Renda". Preço bem acessível através do kindle. Melhor do que pagar cursos horrorosos de internet que prometem lucros fáceis na bolsa de valores.

A fórmula mágica de Joel Greenblatt para bater o mercado de ações - Em oposição ao livro do John Bogle, defende a tese de que, adotando determinados critérios para a escolha das ações - stock picking - é possível bater o mercado em janelas de longo prazo. Gostei da abordagem e da forma que o autor redigiu o livro. Ainda não encontrei nenhum estudo aplicando a metodologia no Brasil.

Aprenda a operar no mercado de ações - Alexander Elder - Eu gosto muito do Alexander Elder, principalmente pelo pouco que sei de sua história de vida. Nascido na antiga URSS estava a bordo de um navio na costa da África - servindo ao país - quando decidiu pular no mar para escapar da cortina de ferro. É psiquiatra. Aborda com maestria a psicologia - ou insanidade do mercado e seus operadores. Chegando aos EUA, ao adaptar-se ao sistema capitalista, decidiu se especializar no mercado acionário como trader. É como se tivesse coragem para, novamente, pular no mar. Uma lição subliminar de que, para ter sucesso na vida, você precisa ter desejo e vontade de fazer coisas fora do comum e que a maioria vê como loucura. "Hay que tener cojones".  Insanidade é fazer o mesmo que a maioria e esperar resultados diferentes. As vezes, a única solução é pular no mar e nadar contra a correnteza.

Algumas passagens do livro:

"Muita gente, rica ou pobre, sente-se enredada e enfastiada. Como escreveu Henry David Thoreau, quase dois séculos atrás, "a massa de pessoas leva vidas de desespero conformado".

Acordamos todas as manhãs na mesma cama, tomamos o mesmo café da manhã, vamos para o trabalho pelos mesmos itinerários. Vemos as mesmas faces monótonas no escritório e remexemos os mesmos papéis em nossos postos de trabalho. Voltamos para casa, assistimos aos mesmos programas de televisão, bebemos uma cerveja e vamos dormir na mesma cama. Repetimos essa rotina dia após dia, mês após mês, ano após ano. Até parece pena de morte sem liberdade condicional. O que temos pela frente, a ser esperado com ansiedade? Talvez as breves férias do ano que vem? Compraremos uma excursão para a França; chegando a Paris, entraremos num ônibus com o resto do grupo, passaremos 15 minutos em frente ao Arco do Triunfo e meia hora subindo a Torre Eiffel. Depois de alguns dias, voltaremos para casa, onde enfrentaremos a velha rotina.

A maioria das pessoas se limita à mesmice de sempre - sem necessidade de pensar, de tomar decisões ou de sentir o lado afiado e emocionante da vida. A rotina sem dúvida traz uma sensação de conforto - mas é de uma monotonia massacrante (p. 50/51)".

Brasil: uma biografia - Lilia Schwarcz e Heloísa Starling - Gosto muito de obras de história e adquiri, recentemente, esse livro. Estou apreciando demais a leitura. Napoleão já dizia :"o que é a história senão uma fábula em que todos acreditam". Para provar esse ponto do Napoleão, caso tenham tempo, procurem no youtube, por exemplo, documentários brasileiros e paraguaios sobre a "Guerra do Paraguai" ou "Guerra da Tríplice Aliança". Cada lado tem seus motivos e argumentos. Até hoje os paraguaios guardam profundo rancor e ressentimento pelas consequências do conflito. Muitos brasileiros nem sabem o que ocorreu no período - quem bate esquece. Se tiver ainda mais tempo, assista os documentários do "Brasil Paralelo" sobre a colonização portuguesa e depois o documentário "Guerras do Brasil", produzido pela Netflix. Em algum momento você se perguntará: eles estão falando do mesmo país ? Aí terá a percepção de que a história é construída e fabricada, principalmente pelos vitoriosos.

Basta imaginar como seria a história da Segunda Guerra Mundial caso Hitler e os países do Eixo tivessem, por exemplo, conquistado a URSS ou o Reino Unido e vencido o combate. Os vitoriosos do Eixo contariam histórias muito diferentes daquelas que conhecemos e, provavelmente, deficientes, ciganos, judeus e "raças inferiores" seriam extintas pelos arianos de plantão, tudo com base no "racismo científico" e na eugenia defendida pelos "especialistas" do Terceiro Reich - antropólogos, biólogos evolucionistas, teólogos enviesados e médicos.

Armas, germes e aço - Jared Diamond - Um dos melhores livros que já li. Você já se perguntou por que os europeus conquistaram as américas e não os americanos nativos conquistaram a Europa ? Jared Diamond tenta responder o porquê de certos povos serem mais desenvolvidos do que outros. É claro que há muitas pessoas que divergem das conclusões do autor, acusando-o de determinismo geográfico e outros erros conceituais. Uma passagem célebre descreve a "Guerra dos Mosquetes" e a chacina dos Maoris contra os Morioris, a demonstrar a agressividade inerente à humanidade:

"Nas ilhas Chatam, 800 quilômetros a leste da Nova Zelândia, séculos de independência resultaram num final brutal para o povo moriori, em dezembro de 1835. Em 19 de novembro desse ano, um navio que levava 500 maoris carregados de armas, porretes e machados chegou, seguido por outro, em 5 de dezembro, com mais de 400 maoris. Grupos de maoris começaram a percorrer as colônias morioris, anunciando que estes passavam a ser seus escravos e que matariam os que se opusessem. Uma resistência organizada dos morioris poderia então ter derrotado os maoris, pois tinham pelo menos o dobro do número de homens. 

Entretanto, os morioris tradicionalmente resolviam suas brigas de forma pacífica e decidiram, reunidos em conselho, que não lutariam, preferindo propor a paz, amizade e divisão de recursos.

Antes que os morioris pudessem apresentar essa proposta, os maoris atacaram em massa. Ao longo dos dias seguintes, mataram centenas de morioris, cozinharam e comeram muitos de seus corpos, escravizando os demais, matando a maioria deles nos anos seguintes, de acordo com seu capricho.

Um sobrevivente moriori recorda: "os maoris começaram a nos matar como ovelhas... Nós ficamos horrorizados, fugimos para o mato, nos escondemos em buracos subterrâneos ou em qualquer outro lugar para escapar do inimigo. Pouco adiantou; fomos descobertos e mortos - homens, mulheres e crianças, indiscriminadamente"

Um conquistador maori explicou: "Tomamos posse... de acordo com nosso costume e pegamos todo o mundo. Ninguém escapou. Alguns fugiram e foram mortos, outros foram mortos - mas o que tem isso? Foi tudo de acordo com nossos costumes".

O resultado brutal desse choque entre moriori e maori poderia ser facilmente previsto. Os morioris constituíam um grupo pequeno de caçadores-coletores que viviam isolados, dispondo apenas das mais rudimentares tecnologias e armas, totalmente inexperientes em matéria de guerra e sem qualquer liderança ou organização. Os invasores maoris (procedentes do norte da ilha de Nova Zelândia) faziam parte de uma população de numerosos agricultores cronicamente envolvidos em guerras ferozes, equipados com tecnologia e armas mais avançadas, e que agiam sob o comando de uma liderança forte. É claro que, quando os dois grupos finalmente entraram em contato, foram os maoris que chacinaram os morioris, e não o contrário.

O autor aborda a incrível capacidade humana de extinguir outras espécies e transformar o meio ambiente que o cerca. Gostei muito quando descreveu a estratégia clássica dos grupos dominantes quando ocupam o poder:

"O que uma elite deveria fazer para conquistar apoio popular e ao mesmo tempo manter um estilo de vida mais confortável que o do povo? Cleptocratas em todas as épocas recorreram a um mistura de quatro soluções:

Desarmar o populacho e armar a elite. Isso é muito mais fácil nestes tempos de armamento de alta tecnologia, produzido somente nas fábricas e facilmente monopolizado por uma elite, do que nos tempos antigos de lanças e bastões feitos em casa.

Fazer a massa feliz redistribuindo boa parte do tributo recebido em coisas de apelo popular. Este princípio era válido para os chefes havaianos e ainda é válido hoje para os políticos americanos.

Usar o monopólio da força para promover a felicidade, mantendo a ordem pública e contendo a violência. Isso é possivelmente uma grande vantagem subestimada das sociedades centralizadas sobre as não-centralizadas (...)

O último mecanismo para os cleptocratas conquistarem o apoio público é elaborar uma ideologia ou uma religião que justifique a cleptocracia.. Bandos e tribos já tinham crenças sobrenaturais, assim como as religiões modernas estabelecidas. Mas as crenças sobrenaturais dos bandos e das tribos não serviam para justificar a autoridade central, a transferência de riqueza, ou para manter a paz entre indivíduos que não tinham relações de parentesco. (...) As tribos centralizadas normalmente têm uma ideologia, precursora de uma religião institucionalizada, que sustenta a autoridade do chefe."

Ao ler o livro lembrei do mito do bom selvagem de Rousseau: "o homem nasce bom, a sociedade que o corrompe". É o mesmo que dizer que todo homem nasce um ursinho carinhoso. Essa ideia do Rousseau é o pensamento mais nutella da história do iluminismo. Até parece que a sociedade é composta por amebas ou alienígenas de marte, e não por grupos de homens e mulheres. Neste tópico, estou mais para Thomas Hobbes: "o homem é o lobo do homem".

A característica mais presente ao longo de toda história humana é a agressão - a outros seres vivos e a semelhantes. Qualquer brasileiro que nasceu na periferia aprende isso com poucos anos de idade. Mas agressividade não fica só no Brasil. Você já leu algo a respeito do Massacre de Nanquim, praticado pelos japoneses contra os chineses ? Ou sobre como os japoneses trataram os coreanos durante a ocupação da Coreia ? Noite de São Bartolomeu ? Expulsão dos judeus da Espanha e Portugal ? Sobre a política de extermínio de deficientes pelos nazistas ? Sobre a forma como os poloneses foram tratados por nazistas e comunistas ? Sobre o estupro de milhares de alemãs pelo Exército Vermelho ? Sobre como os nativos do Brasil - antes e depois da chegada de Cabral - praticavam antropofagia? Sobre a Ilha Sentinela do Norte ? A lista é infinita. Pense nos grupos de extermínio, milicianos, traficantes... enfim... é só assistir Datena todo dia para constatar o óbvio: a história da humanidade é calcada no "princípio da agressão". 

Se quer a paz, prepare-se para a guerra!


Vídeo sobre a Ilha Sentinela do Norte



CARTEIRA

Aportes do mês em renda fixa, ações, ETFs e FIIs.

Ações - ITSA3, BBDC3

ETFs - SPXI11, PIBB11

FIIs - BBRC11, RBRF11, KNRI11

Segue a carteira:




INVESTIMENTO NO EXTERIOR

Abri conta na corretora passfolio e pretendo, até o final do ano, iniciar os investimentos no exterior. Provavelmente, para manter a tradição, vou começar pelos "imóveis". ETFs VNQ, VNQI e alguns REITs.

Não há justificativa para manter os investimentos apenas no Brasil, mesmo com o dólar acima de R$ 5,00.

Nunca foi tão fácil para o brasileiro ter acesso a empresas e produtos de países mais desenvolvidos. A revolução digital e tecnológica abriu possibilidades impensáveis há 10, 15 anos.

Quando casei - em 2011 - pude viajar para o exterior porque o dólar estava na casa de R$ 1,70. Hoje não seria possível fazer aquela viagem. Muitos brasileiros que tinham planos para morar no exterior tiveram que refazê-los - como o Sr. IF 365 - por conta da desvalorização recente do real.

Há alguns anos, os protestos eram estes aqui:



E qual a tendência do real nos próximos anos? Sinceramente, não tenho a menor ideia. Gosto muito de assistir os vídeos do Fernando Ulrich sobre o tema. Há uma clara tendência de digitalização das moedas e das transações, com maior controle por parte dos bancos centrais e governos - veja o PIX no Brasil e o potencial impacto na sociedade de mercado. Haverá uma moeda única mundial, controlada por um banco central e governo mundial? Por outro lado, há esforços para desconcentração desse poder, através do biticoin e congêneres. Quem vencerá essa guerra?  A possível desdolarização da economia mundial levará ao colapso dos EUA, tendo em conta seu déficit impagável? Qual efeito nos EUA quando acabar o super privilégio de imprimir uma folha de papel que é aceita como moeda em todo mundo ? 

FOQUE NAQUILO QUE VOCÊ CONTROLA

Independente de qualquer coisa, para os meros mortais, tudo o que pode ser feito é trabalhar, poupar e investir em valor de forma diversificada. Muito diversificada. Inclusive em ativos reais - imóveis urbanos e rurais, semoventes, etc.

Foque naquilo que você controla. E a grande verdade é que controlamos pouquíssimos aspectos de nossas vidas.

Preocupar-se com aquilo que não controla é esforço desnecessário e desperdício de energia.

Foque na sua própria evolução.

Como diz o Bastter, "nada vai melhorar a não ser você mesmo".

Para finalizar, deixo um vídeo que aborda uma verdade óbvia e necessária nos dias atuais: você não é especial!


Um abraço e até a próxima.